sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Eu quero uma casa no campo...


Sou daqueles que gostam do frio, que gostam das serras, aqueles que gostam de assistir filme debaixo de um cobertor quente, de preferência um edredon xadrez, tomando café com leite ou um chocolate quente, suiço de preferência. Sou daqueles que, depois disso, quer sentar numa mesa de madeira, deixar os pés com meias tocarem o chão e ler, escrever...ouvindo o som que vem da lareira, da madeira em brasa. Lá fora a chuva, de preferência bem branda, levinha tocando as ervas que crescem no telhado.Na verdade, seria interessante se olhasse da janela do meu quarto, no segundo andar da pequena casinha, e visse montanhas cobertas de neve, árvores cheias de galhos e de flores (quem sabe?).

Eu queria ter esse recanto, ser esse recanto. Eu queria ficar sozinho, às vezes, mas repleto de gente, numa das poucas ocasiões. Sair, festejar, encontrar os amigos e fazer festas, ligar pros amigos e dizer, simplesmente, "venham aqui pra casa". E eles vêm, acredite! Fuçam sua geladeira, contam casos, me divertem. Cantam música, bagunçam seu quarto, sua casa, comem seu flan, bagunçam seus livros, mas, mesmo assim, te divertem, te fazem rir.

(Frutillar - Chile)
Eu queria um recanto assim, com mato, com verde, parecido com uma clarabóia de madeira e vidro ou aquele chalé que inspira Campos do Jordão.Podia ter, sim, influência tecnológica, desde que não muita.No cantinho da sala eu autorizaria um lap top e um telefone fixo. Telefones celulares me encomodam, principalmente em viagem. Na vidagm, só pra esclarescer, eu gosto, literalmente, "viajar", ponho o ipod no ouvido e esqueço do tempo, lembro de pessoas, de momentos e lembro de situações tanto alegres quanto triste, dependendo da música.
Na sala, ainda, como iluminação, nada mais que um lustre pequeno dos anos 30, com lugar apenas para 3 lâmpadas quentes. Uma escada de madeira que me leve ao meu quarto, um quarto pequeno apenas. Do pequeno corredor lá de cima, se vê tudo lá em baixo. A sala, o sofá, a mini-cozinha, e um escritório.No quarto, uma tv e no escritório, um GPS cercado por livros, um painel cheio de anotações, números, fotos enfim.

Seria muito bom ficar horas e horas neste lugar, saboreando o Waffer e chocoloate o resto da semana. Talvez ser rico seja bem melhor que ser jornalista!

Lá fora, um jardim com plantas de grande porte, e árvores, mais nada.
Lá dentro, eu, à espra de respostas, à espera de perguntas. Querendo me encontrar. Essa casa seria a meu porto seguro, a minha mãe, o meu refúgio para o frio. Não só do frio que vem do clima, mas o frio que vem de mim, dos meus medos e angústias, das minhas decepções...

E lá, na casa, jogar tudo o que você sente. Se encontrar, brincar consigo mesmo, dormir e levantar, esquecer do trabalho. E o telefone pode tocar, mas você, por direito, pode não atender. Desligue-o e esqueça do mundo. Faça um chocolate quente, uma pipoca, ponha um filme antigo pra rodar e lembre-se apenas de você. Não é dica de emo, nem dica de quem está decepcionado e solitário. É dica de quem busca uma valorização do próprio eu e uma paz que só esses lugares podem te dar. Companhia? Sim, se estiver apaixonado, e apaixonando. Tudo isso ficaria bem melhor mesmo com aquela que ama do lado. Sim, estaria completo. Frio, chuva, filme, chocolate quente, pipoca. Situação perfeita pro amor.Paixão!Beijos, carinho, abraço e a a única cúmplice disso tudo seria a lareira que estaria lá, acesa, esquentando ainda mais a relação.

Desligue a tv, e ouça apenas o som da chuva. Dali mesmo da sala, ver a água escorrendo pela clarabóia e amar, esse sim é o segredo e o remédio para todas as doenças do seu coração. Sentir o calor que vem do corpo e da relação entre união de corpos (esqueça da física!), sentir mãos, pernas, sentir desejos e compartilhar emoções. E depois disso tudo, não se arrepender jamais, amar e amar pra sempre, eternamente.E lembrar que talvez, os melhores momentos não voltam mais, jamais.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Talvez ser rico seja bem melhor que ser jornalista!"

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