domingo, 21 de março de 2010

Escola, religião e família

Recordo-me bem das manhãs frias quando ia para a escola. Tinha uma prazer imenso, uma vontade, uma gana de encontrar os amigos, vontade de ouvir o sinal do recreio tocar para que todo mundo se encontrasse lá fora. Com aquele sol que esquentava um pouco. Pão com manteiga, lembranças da avó em casa, preparando almoço, vontade de escrever, conversar. Meu passado foi cheio de momentos bons (assim como o passado de todo mundo), histórias, acontecimentos, falas, gestos e locais. Sim, locais. Lugares, paisagens, simbologias. No pátio externo de minha antiga escola havia árvores, paralelepípedos mal postos, flores, pedras e...uma hélice. Sim, uma hélice de avião. Eu e amigos ficávamos ali por horas. O que de fato tinha acontecido com aquele avião que havia caído nos arredores da escola hà um tempão atrás? As curvas da peça do avião eram nossos “escorregadores”. Era ótimo sentar ali, até mesmo para escrever, contar e dividir segredos.
Bom, já que comecei falando de passado e algumas das lembranças dele, bom falar também em religião. Não há dúvida alguma de que essa característica permeia toda a minha vida. Desde pequeno sabia o pai-nosso, fui criado num meio familiar repleto de anjos, repleto de canções natalinas que me faziam referências bíblicas. Rezar em família, na ceia, antes das refeições, agradecer, orar sempre pelos amigos, tios, pai, mãe e avós. Ia sempre á igreja, nas missas de domingo pela manhã, catequese...primeira eucaristia, coroação..como era bom ter esse vínculo religioso. Os tempos passaram e, hoje, quando vou à missa, surgem pequenas lembranças, flashs preciosos dessas características de infância. É precioso quando isso acontece. Mergulho no meu passado na religião. Nas minhas idéias. Nos meus desejos, nos meus medos antigos. Como é bom poder lembrar com alegria os momentos que passei dentro da igreja, dentro de uma família.
Felizes aqueles que puderam ter um vínculo tão forte com sua família, com os laços dela e com todos os rituais sagrados que cada família possui. Sim, há problemas, mas há as mais variadas formas de expressão familiar, recordações de tios, sobrinhos, netos e bisnetos. Recordações e fotografias que irei levar pra vida toda.

Nenhum comentário: