domingo, 23 de março de 2008

Bagagem

Quando vemos que a partida pro futuro se aproxima, nossa mente se encarrega de fazer um compacto com as melhores imagens que se passaram em nossa vida. Quanta coisa, a primeira foto, o primeiro beijo, o primeiro presente, a festa inesquecível, o "rock" imperdível, os amigos, a família, os pais, nosso quarto, nossa cidade, quanta coisa! Quanta memória pra guardar tantas imagens inesquecíveis!

Algumas indecisões e medo fazem parte dessa fase, alguns podem tentar pentear isso e dizer que se superam, conclusão: são fortes por fora, mas fracos por dentro. Sair de casa, não é simplesmente reunir as suas coisas, pegar um ônibus ou um carro e partir, significa sair do berço, do lar, do local onde, desde criança fomos mimados e acostumados.



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Já me indgnei muito com o tempo, mas hoje vejo que ele não tem culpa alguma, está fazendo sua parte esperando que fassamos a nossa perfeitamente."A vida passa de pressa", alguns podem dizer, assim como minha avó que repete isso sempre que lembra de um aniversário de um neto, inclusive o meu. Não é, necessáriamente a vida que passa de pressa, nem tam pouco o tempo, mas nós nos aceleamos cada dia, como se o mundo tivesse data pra acabar, vivemos dentro de uma partida de corrida e a globalização faz parte disso, muita informação, muita carga, muitas novidades enfim.

Quando juntamos nossas coisas, seja para ir a um breve passeio num litoral carioca, ou até mesmo uma viagem muito longa, muitas coisas se passam na cabeça. Sair de casa significa abrir mão de tudo aquilo que conivíamos até então. Eu, pelo menos, morro de medo da solidão, do ar de 'liberdade total', penso na família, nos momentos em que acordava com febre com mamãe do lado com remédio. Mas aí pensamos que é insano conviver com isso pra sempre, que é injusto ficarmos na saia da mamãe até nossa aurea idade. É necessário expandir nossos conceitos e simplesmente fugir. Não é fácil, mas necessário para quem quer subir na vida sem usar a família ou o próprio dinhiro da mesma como degrau.

Na bagagem levamos tudo, inclusive as raivas, rancores e rivais endiabrados, levamos carinho, suspiro e o gosto do último beijo. Levamos esferas multicoloridas, fotos muitinterativas que nossos olhos são capazes de captar e arquivar no nosso cérebro. Levamos o sorriso de infância, a humildade e os conceitos e bases da família. Na verdade, levamos também fotos impressas. Sim, elas nos farão chorar por longos minutos. Levamos, principalmente, o calor efêmero por que passamos quando estamos absurdamente felizes e tão tolos que nem lembramos naquilo que chamam de 'futuro'.

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