sábado, 18 de dezembro de 2010

Boca no trombone!

Hoje resolvi escrever um comentário para postar no site-blog de Aguinaldo Silva. Sempre leio suas opiniões em suas postagens, seus textos, mas nunca tive paciência e tempo para escrever. Mas decidi comentar alguma coisa lá essa semana e começar a me atualizar na rede. Ando afastado dos blogs, do twitter e de tudo. Vou voltar com força total.
Ainda estou as voltas com o lançamento do livro, muita coisa ainda para pensar e planejar, mas sei que vai dar tudo certo.
Abaixo coloquei o meu comentário que, em breve, publicarei no blog do Silva.

"Há muito tempo tenho vontade de postar aqui. Mas tudo é tão corrido que raramente dá tempo. Não ponho a culpa somente no tempo. Mas também na falta do que dizer. Não queria estar aqui, dentro dessa quantidade enorme de comentários pra ser apenas mais um. Sempre leio Aguinaldo porque me identifico muito com seu estilo sarcástico, do seu estilo de crítica ao mundo global, a sociedade. E, vejam bem, não estou conseguindo ser original (já que essa é a minha intenção). Comentando dessa maneira estou sendo apenas mais um: um daqueles que certamente se utilizam desse portal de comentários para se auto-promover e promoverem o próprio Aguinaldo. Acho edificante! Mas definitivamente não gastarei minhas palavras aqui para elogiar uma pessoa que sabe que é adorada por muitos, inclusive por mim. Ele sabe que muitos dos que estão aqui admiram o seu trabalho e que a sua filosofia de vida, as suas críticas, observações e “crônicas” inspiram e estimulam muitas pessoas. Elogiar Aguinaldo é insólito. Quero mesmo é apreciar o seu trabalho. Por isso evito me comprometer aqui em comentários extensivos (embora este já esteja se tornando um comentário prolixo – mas não tem problema estou tirando o atraso, acompanho o blog há muito tempo e chegou a hora de colocar a boca no trombone). Quero muito poder acompanhar além das leituras todos os comentários.
Teria muito pra poder falar de mim, mas vou evitar esse tipo de coisa. Vou revelar apenas que faço Jornalismo numa universidade de Ouro preto, mas que sou do Espírito Santo e que, em breve lançarei um livro (romance) em que o próprio Aguinaldo me influenciou com o seu estilo, o seu estilo de diálogo, de trama. Tenho, como muitos dos que estão aqui, sonhos. Mas não vou, em hipótese alguma, expô-los dessa forma. Muitos dos meus sonhos são segredos e, mesmo se não fossem, por que ficar aqui relatando sonhos? Verdadeiros sonhadores não perdem o precioso tempo escrevendo sobre eles, mas buscando caminhos para alcançar razões e motivos que poderão ou não, fazer o sonho se tornar realidade.
Prefiro, aqui, continuar sendo um admirador “secreto”, um anônimo que acompanha tudo, que lê os comentários, que lê os textos de Aguinaldo Silva, que o acompanha no twitter, no face, mas que em muitos momentos prefere se calar. Resolvi romper com isso. Quero estar cada vez mais próximo das pessoas que comungam comigo as minhas opiniões e o blog do Aguinaldo está ultrapassando os limites da “coluna opinativa” e se tornando um portal valioso para o conhecimento entre pessoas, entre profissionais, entre artistas, entre leigos e interessados.
Aguinaldo é um dos poucos autores que consegue sobreviver na rede. Admiro muito, por exemplo o Walcyr Carrasco, mas lamento o atraso em que se encontra com relação a sua atualização na rede. O que a gente quer (digo “gente” me referindo a pessoas que gostam de saber das curiosidades de produção de uma novela, a criação dos personagens, da trama e, até, das cidades cenografias!) é ver os nossos autores queridos não só na Tv (onde também raramente aparecem), mas na internet, pois este é, definitivamente um lugar livre, infinito! Não queremos perceber as opiniões e a visão dos autores apenas incrustadas e intrínsecas nos diálogos da novela, nas subjetividades da abertura. Queremos eles por eles, mais transparentes, mais gente.
Embora prometa aparecer aqui mais vezes (mais vezes meeesmo, porque quando em comprometo a comentar, comento, e comento de verdade!) vou querer sempre continuar sendo um admirador, um leitor, muito mais do que mais um comentarista. Aliás quem sou eu pra comentar sobre comentários de um autor de novela aclamado? O que prometo, sim, é aparecer aqui para dizer: eu existo! Eu entro no blog, leio, e agora estou postando!
Prefiro continuar sendo um admirador “secreto” que, talvez num futuro próximo, possa encontrar ao acaso com Silva pelos corredores do New York City Center ou pelas ruas de Lisboa, onde planejo, antes do término da faculdade, gravar um documentário sobre Folia de Reis, (representação cultural e artísticas “brasileira” que tem raízes em Portugal).
Embora o meu livro, com previsão de lançamento para fevereiro, tenha muito mais influência do estilo de Carrasco (a trama é de época – sinto saudades das novelas épicas de Walcyr), o estilo sarcástico de Aguinaldo, o estilo crítico também está pueril e subjetivo nas entrelinhas.
E é como eu disse. Se não se acompanha um ídolo em todos os momentos, a sua vida, a sua história e se, ele próprio, também não ousa expor seus pensamentos e críticas num blog ou num site, se perde e perde seus fãs. Distancia-se!
A tendência, é claro, é estar cada vez mais envolvido neste blog/site. A reformulação ficou fantástica. O site, embora simples, ficou muito charmoso, a cara do Aguinaldo.
Encontrar com um autor na rua é quase um milagre, quase ganhar na loteria! Mas eu já tive esse prazer no Rio, mas, confesso, fui o mais besta de todos os bestas dessa face da terra. Quando o vi fiquei paralisado, pronunciei seu nome, mas não consegui esboçar mais nenhuma palavra. Parecia estar diante de um presidente, de alguém muito superior a mim. Fiquei com medo. Foi uma sensação estranhíssima. Eu o admirava, ele era (é) um dos meus ídolos, mas eu tinha receio de chegar perto, medo de ser rejeitado, sei lá! Eu não era nada diante dele! O que eu poderia fazer ? Ser mais um e dizer: Oi Aguinaldo, eu adoro o seu trabalho, acompanho o seu blog, tira uma foto comigo?”. E foi isso que aconteceu. A timidez tomou conta de mim e foram exatamente essas as palavras pronunciadas por yo. Minha mãe, também nervossíssima-trêmula tirou uma foto praticamente desfocada e eu, suava! Mãos, pés, meias! Depois me despedi, ele apertou minha mão! Não acreditava. Partindo novamente pra Muqui, minha cidade Natal (havia ido ao Rio para uma visita ao projac) eu me mordia de arrependimento. Podia ter sido mais original, ter falado com palavras diferentes. Se ao menos eu soubesse que iria encontrá-lo ali, ensaiaria um texto, um comportamento. A gente nunca imagina encontrar um autor de novelas assim, a paisana num shopping do Rio.
Compartilhei a notícia com alguns amigos medíocres (todo mundo tem amigos medíocres), mas depois me arrependi.
- Aguinaldo? Silva? – esboçaram alguns. Eu perdi a paciência. Eu sei que é natural, mas me indigno com aqueles que desconhecem os autores das novelas que muitos acompanham. Sei que, em parte, é culpa da mídia. Pouca divulgação. Se não se lê, logo na abertura da novela, o letreiro minúsculo “novela de...”, talvez haja a oportunidade de vê-lo num programa de famosos que passa em alguma REDE de TV. Ah! Tem ainda as chamadas de estréia da novela. Mas quem dá valor ao “Vem aí, a próxima novela das 8, de Aguinaldo Silva...” se o que, hoje em dia, o apelo é muito mais imagético? As pessoas querem ver os atores, os belos e as belas, os cenários!
Quanta ignorância! Como não conhecer e dar valor aos principais responsáveis pela trama, pelo beijo que muitas donas de casa assistem suspirando apaixonadas?
Mas a gente aprende com tudo nessa vida. Da próxima vez que encontrar Aguinaldo (tomara que isso aconteça! Em fevereiro faço uma oficina audiovisual no canal futura), farei um esforço absurdo para não ser mais um. Quero me apresentar dignamente, assim como, agora, eu me apresento aqui. Não vou simplesmente gaguejar e tirar uma mísera foto. Sossegado poderei admirá-lo como amigo e como pessoa de opinião, independentemente de Globo, de novela e de SIC.
De fato, não consegui, aqui, ser original. Fui apenas mais um: o que fala de si e que elogia. Mas também não me arrependo. Falar de si, elogiar e, principalmente, escrever, mesmo prolixamente, é algo fundamental para quem quer ter uma opinião de peso e gerar polêmica".

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