domingo, 25 de outubro de 2009

Quem é esse?

Apaixonei-me. Uma pessoa muito especial também se apaixonou por mim. Encantou-se pelo meu jeito, pelo meu sorriso e olhar. Eu me apaixonei pela sua simplicidade, pelo seus sorriso e carinho. Nos apaixonamos.
Parti, mas ainda apaixonado, enamorado por ela. Amávamo-nos debaixo da chuva, debaixo da cama, nos encantávamos. São infinitos nossos momentos felizes, nossos momentos de alegria suprema, nossas conversas, nossas fotos, nossos recados, nossos sentimentos.
De um tempo, comecei a não me entender, mesmo feliz. Saía, fotos, conversas com pessoas recém-conhecidas. Eu me apresentava, mas ao mesmo tempo me escondia. Onde estão os meus sentimentos, meu jeito, aquele jeito simples, aquele jeito desastrado...? Onde está aquela vontade absurda de escrever, de alcançar com a minha simplicidade, as coisas grandes da vida? Onde estão meus medos, minhas angústias, aquela dor de saudade? Onde estão as lágrimas, os versos, as histórias e os personagens que eu crio? Malditos personagens da vida real, maldita vida real que as vezes ilude. Maldita forma de socialização. Pra quê? Por que?
Cadê meu comportamento bem comportado? Cadê minha criatividade? Cadê meu amor?
Precisei tomar um susto para enxergar, precisei chegar até o máximo da tolice para perceber que esse já não era eu, não era o Léo de sempre. Quando eu percebi isso confesso que quis voltar no tempo e diminuir todos os meus exageros, as minhas extravagâncias. Quanto fui baixo, quanto fui idiota ao pensar que, aceitando tudo e todas as condições, seria uma pessoa feliz, mais sociável. Sim, fui feliz. Mas era uma felicidade inconsciente, algo que eu não desejo pra ninguém. Era uma alegria que não tinha embasamento verdadeiro. E os meus amigos? Aqueles antigos, aqueles que me ensinavam que a vida é simples, sem nenhuma mágica eterna para ser feliz. Quanta tolice, quantas coisas me arrependi de ter feito.
Ainda bem que caí em mim, ainda há tempo de recuperar os personagens perdidos, os textos e as minhas vontades absurdas de escrever. Quanta saudade! Quanta saudade do meu jeito, do jeito que eu sempre fui. Mudei de casa, não mudei de personalidade. Não posso assassinar meus inconfundíveis desastres, minha inconformada timidez, minha vontade de crescer pelo trabalho, pela criatividade. Porque temos que nos fracassar para descobrirmos que estamos redondamente enganados? Errar faz parte da vida. Para um futuro jornalista acho interessante ter relações sociais diversas, freqüentar diferentes lugares, mas eu me excedi, fui mais longe do que meu eu esperava. Pra quê tudo isso? Perdi a oportunidade de mostrar para todo mundo o meu jeito de ser, mesmo envergonhado, mesmo desastrado, mesmo idiota. Antes me chamavam de careta, de caseiro, de louco, nerd. Saudades das minhas caretices, dos meus medos, da minha visão infantil da sociedade. Agora que conheci as vertentes sociais, não vejo mais tudo como um bicho de sete cabeças.
Não posso simplesmente me esquecer.
Sinto-me verdadeiramente satisfeito em reconhecer minhas falhas. Sinto-me capaz de chegar aonde quero sem ter nenhuma barreira de pessoas que, no fundo, talvez não sejam elas mesmas. Esse reles mundo seria mais subjetivamente agradável se todos fossem realmente como seus interiores, se se entregassem para vida, para a carreira profissional como se empenham para fazer uma pessoa feliz nos piores dos dias. Saudades dos meus personagens amigos, dos personagens que me faziam feliz sem precisar de nenhum recurso mirabolante. Saudade dos amigos palpáveis e não simplesmente amigos de papel. Confesso que já encontrei alguns amigos palpáveis, alguns amigos de verdade, de conteúdo, de palavras e de sentimento.
Muitos não me entendem, muitas vezes ainda não consigo me explicar com um texto, muitas vezes as palavras não conseguem traduzir o que realmente se passa comigo.
Vontade de me encontrar logo com a eterna admiradora do meu real jeito de ser. Aquela que conseguiu enxergar em mim as minhas melhores qualidades., aquela que me entende sem precisar de texto, de parágrafo ou palavra. Vontade de mostrar pra ela que não mudei, que apenas vivi uma alegria disfarçada para mentir e ocultar quem eu verdadeiramente era na essência.
Agora que cai em mim, agora que me enxerguei no mais limpo e importante espelho da vida, bate uma avalanche enorme de saudades, uma bola de neve que estava escondida enquanto me divertia achando que eu era aquela mesma pessoa. Por incrível que poss aparecer, eu acreditava que estava evoluindo, mesmo ocultando meus reais sentimentos. Porque me excedi. Chega de me importar com quem não se importa comigo . Vou amassar todos os amigos de papel e colocar todos os palpáveis na estante que fica num altar sagrado do meu coração.
Vou admirar a vida do meu jeito, enxergar as coisas, as pessoas e a sociedade como a criança que enxerga a Torre Eiffel da sua base e imagina alcançar o mais alto possível com passos eficientes, passos com vontade, desejo e criatividade.
Falando assim, parece que eu estava a beira de um precipício, como a pior das piores pessoas. O fato é que acabei bebendo um pouco além da conta e passei a enxergar umas coisas ao meu redor de um jeito diferente. Parei. Chega de parecer outra pessoa para as pessoas. Chega de me convencer que eu preciso fazer tudo o que as outras pessoas fazem para ser uma pessoa boa na vida, uma pessoa realizada. Posso continuar sendo extravagante, excêntrico e cheio de excessos, mas no lado profissional, no meu lado que esbanja fantasias e desejos de produção e realização de projetos pessoais.
Como é importante quebrar a cara (em seu sentido mais amplo possível) para enxergarmos que estamos nos desviando daquela pessoa que realmente éramos. Beber é normal, mas se exceder , mentir o sobre o que realmente representa para as pessoas e criar uma personalidade diferente daquela que acompanha há anos é se perder no meio do caminho.Muitos escolhem continuar, viver numa constante “evolução” de personalidade. Eu estou me sentindo péssimo em ter somente presenciado e vivido um pouco do que essa evolução significa.
Como um texto pode mudar as pessoas e fazer elas mais tranqüilas. Como é bom descarregar as emoções numa tela, num papel ou numa carta e sentir-se melhor. Me sinto mais capaz, me sinto mais amado, me sinto verdadeiramente digno de ser alguém cada vez mais consciente de que o meu papel no mundo é importante para as pessoas que me amam e, principalmente, para mim mesmo.
Sei que, tirando todos os excessos ainda sou um exagero, mas quero mudar fazer minha história cada vez mais importante pra mim e para o mundo. Não quero virar celebridade, não quero o melhor emprego, o melhor status...mas quero ser do meu jeito, aproveitando a vida da maneira mais sublime possível.
PS.: Vamos deixar o preconceito de lado e amar e fazer amizades com pessoas realmente capazes de fazer desse mundo o melhor possível. Fazer amizades sinceras, compreensivas e que espelham tudo aquilo de bom.
Viva o prazer em viver a SUA vida.
Viva a vida!

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