sábado, 17 de outubro de 2009

Acreditar?


Ás vezes parece difícil acreditar naquilo que não existe por enquanto, naquilo que é apenas um plano, uma meta. Sei que há algo guardado para mim no futuro. Muita alegria, felicidade. Muita realização, sucesso e muita coisa acumulada para contar. Histórias, relatos de momentos e viagens, desejos e sonhos que se multiplicam infinitamente.
Tristeza, ela sim, também estará presente. Considero-a o degrau inevitável para se alcançar a felicidade interior. Felicidade que se externa e transforma o mundo, meu mundo. Acredito na verdadeira paz interior, na paz que se externa, na paz que transforma o pequeno mundo em grande área de lazer para os anjos do meu eu. Área de encontro das energias positivas, das energias que me direcionam para outro mundo. Esse sim, repleto de felicidade, superlotado de pessoas que eu simplesmente amo. Aquelas pessoas que verdadeiramente me fazem feliz. Não é necessário tanto. Não são necessárias tantas dívidas e fórmulas para ser feliz, para ver sua felicidade refletida nas outras pessoas. Fazer as pessoas felizes é algo mágico e não compete apenas a palhaços de circo. Fazer-nos felizes também é essencial. E isso também inclui olhar-se no espelho. Espelho, espelho meu. Ele sim, me compreende. Ri comigo, chora emocionado, aponta comigo, revela minhas imperfeições, aquelas visíveis a olho nu. Esse mesmo espelho me faz acreditar que eu realmente existo em matéria, me faz acreditar na minha presença, na minha real existência no planeta terra.
Acredito na música. Na canção. Mais que isso: acredito nas letras delas, nas frases carregadas de desejos e vontades. Acredito nos tons, nas primaveras de emoções. Primaveras frias, primaveras quentes, primaveras indecisas, mas cheia de flores, cheia de esperança. Acredito nas crianças. Nas mensagens subliminares que, sem querer, aparecem nas nossas vidas, nos nossos momentos sublimes. Acredito no amor. Nos beijos que lembram as chamas de uma fogueira que vara a madrugada acesa no litoral. Acredito na amizade, no verdadeiro amigo. Na verdadeira palavra sincera. Acredito em Deus e em tudo o que me faz bem.
Acredito em coisas irreais e, principalmente, nas coisas reais. Acredito na tecnologia, acredito na vida. Acredito em crianças, acredito em meus pais, acredito na fé. Acredito em mulheres, em homens. Acredito nos heróis de nossa história. Mais que isso: acredito nos seus ideais, nas suas ideologias. Às vezes me engano, me corrijo, me surpreendo.
Acredito em Papai Noel. Acredito que eles estão em todos os lugares e que, principalmente, podemos ser um deles. Podemos nos tornar pessoas más e pessoas boas com uma simples expressão facial. Podemos dizer muito, podemos dizer tudo com um sorriso, com um olhar ameaçador ou encantador. Podemos ser e fazer as outras pessoas serem más ou incrivelmente felizes com nossas ações, com os nossos pronomes de tratamento, com nossa educação. Podemos presentear desconhecidos, semear felicidade pelos quatro cantos da cidade. Transformar a pequena “vila” em uma incrível megalópole de alegria, de fantasia e palco de histórias fantásticas vividas por pessoas que quase sempre compartilham e vivem a felicidade.
Ninguém é feliz sempre. Mas podemos ser felizes em estar vivendo momentos tristes que às vezes são inevitáveis. Momentos tristes, por mais destrutivos que sejam, são necessários e precisos para nosso crescimento. Parece tolice a minha dizer isso. Ninguém gosta da tristeza, a rejeitamos com gestos igualmente tristes. Ninguém gosta de ver, viver e presenciar problemas, momentos tristes, guerra, choro, desespero, morte. Mas podemos acreditar no futuro. Crer que as coisas simplesmente acontecem. E que, apesar das lágrimas, algo de melhor está guardado numa outra caixa de surpresas. A cada amanhecer uma dessas caixas são abertas. Cada novidade, cada momento, cada foto e fato advêm delas. E é isso que me faz acreditar em acreditar.
O que seria de nós, reles seres humanos, se não acreditássemos em algo? Se não tivéssemos uma base para o pensamento? Se não tivéssemos em quem confiar, em quem creditar?
Acredito em contos, acredito em clássicos. Acredito na literatura, na pintura, na arte. Acredito nos vilões, acredito nas fáculas e filmes de ficção. Acredito neles, porque me fazem acreditar que a ficção é possível. Que a ficção pode vender, pode ser transmitida, pode ser transformada, pode oferecer empregos, pode criar uma geração de profissionais que vivem para criar personagens, situações e momentos e, justamente, com o propósito de ver as pessoas felizes. De ver as pessoas se emocionarem, se divertirem, se indignarem. E podemos fazer as pessoas se emocionarem, se divertirem e se indignar com gestos simples. Não precisamos de mega produções hollywoodianas. Não precisamos de câmeras super-potentes, de tripés, de luzes excessivas e muito dinheiro. Às vezes simples recursos como um aperto de mão mudam o mundo ao redor. Um carinho a oferecer, uma rosa, um gesto simples.
Acredito nos políticos, e talvez por isso eu seja tão frustrado. Mas ainda acredito neles. Acredito no bom político. Naquele que não veste terno e gravata e que bate na sua porta à noite e chorando, suplicando por um voto humilde. Um voto apenas.
Acredito no país. Acredito na cultura. Acredito na ingenuidade, mas acredito também na maldade. Nas pessoas que machucam, nas pessoas que seguem ideologias nazistas em pleno século XXI. Acredito que existem pessoas que matem, que roubem, que assassinem. Mas acredito também na palavra recuperação.
Acredito na transformação. Acredito na natureza. Acredito nos anjos e nas mensagens que eles trazem, no poder que eles possuem de nos fazer encantar pelo mundo. Pelo encantador futuro que ainda está por vir. É mágico crer, é fantástico ter algo em que acreditar. Vamos nos acreditar. Vamos nos encontrar, lembrar dos nossos sonhos, dos nossos desejos mais bobos e infantis. Realizar os sonhos antigos, oferecer abraços, chorar ao lembrar dos momentos bons. Chorar de alegria, de felicidade. Vamos nos olhar no espelho com uma sensação absurda de liberdade. Puxar as cortinas do apartamento, subir na mesa, dançar, suar a camisa de alegria.
Premiar-nos com a dádiva alegria de viver é, para mim, um dos grandes segredos. Acreditar na vida é que faz o mundo se transformar. É o que faz meu interior ser pujante de alegria, ser pujante em idéias, em sentimento. Viva o prazer de viver, viva o prazer de acreditar que qualquer coisa pode nos fazer reféns da liberdade. Viva o amor, viva os desenhos animados, a tecnologia. Viva a família, viva a amizade, viva a literatura, os livros e tudo aquilo que faz seu mundo ser belo e perfeito para você.

Nenhum comentário: