quarta-feira, 16 de abril de 2008

Não me entende? Problema seu!

O título pode parecer provocativo, mas é exatamente isso que queria. Foi a frase perfeita, foi esse verso que definiu uma situação meio desconfortável que me ocorreu dias anteriores. Já estava "P" da vida com as - diga-se de passagem - baixíssimas notas de redação. Que raiva! Ano passado eu era o melhor da minha turma e não me canso de dizer, pois batalhei pra descbrir que eu era apaixonado pelas palavras e não sabia direito desenvolver.Acontece, que dia desses uma pessoa falou algo comigo que me deixou confuso, abalado, indignado e 'provocativo': "eu leio, leio e não consigo entender.O da fulana eu leio e entendo super bem, mas a sua é cheia de palavras difíceis e eu não entendo nada entende? "
Só o fato de ter me comparado com 'fulano' já era o bastante. Mas dizer que não dá para entender meu texto é estapafúrdio! Minha vontade foi de me puxar os cabelos, afinal : o que escrevi de errado?Evidentemente nada. Mas para algumas pessoas um texto argumentativo cheio de rococós, piruetas e manobras arriscadas (que faz meu gênero) é uma estrada cheia de buracos. Me bateu, depois, um absurdo arrependimento em não dizer certas coisas naquele dado momento. O que consegui dizer foi um mero: "Ah, eu acho que meu texto está bom, e dá para entender super bem". ( depois eu digo como essa frase foi dita na hora certa e englobou tudo o que queria).
Na verdade, depois pensando com calma, o que queria era dizer: "Se meus textos fossem incompreensíveis eu não teria ganhado premio algum em 2007". Momento de silêncio. Muita tristeza, ia causar uma sensação estranha, embora que nunca eu ia pensar nesse verso naquele dado momento e nunca ia conseguir dizer com firmeza, já que, em momentos como esse, fico nervoso e vermelho.
Só quero deixar claro que adorei ter dito aquela primeira frase. Depois pensei com calma e foi até uma atitude gloriosa. Antigamente, recebia críticas e me afogava num vale de lágrimas. Pelo menos disse alguma coisa, disse, aliás, que meu texto era compreensível aos meus olhos e aos meus sentimentos e, sinto muito aos que pensam ao contrário, mas pra mim isso é que importa.
Um escritor, acima de tudo, deve se cmpreender, e eu faço isso com muita honra. Aborrece-me saber que uma pessoa leria esse post e não entenderia nada.
A alma de escritor é difrente. A alma de cada indivíduo é diferente uma das outras e é isso que faz a colcha de retalhos que é esse imensurável país. Essa amazônia de pessoas selvagens, famintas e atletas que correm pro nada, em direção ao nada e pensando em horizontes obscuros e sem vida.
Termino com uma espetacular frase de Carl Gustav Jung:
"Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma compreensão sobre nós mesmos."

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