quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Premiação em Brasília - DF

Os radiofones do Aeroporto de Vitória já anunciavam o meu voo e eu estava desesperado pelo meu celular que havia deixado dentro do táxi. Não foi por falta de atenção, mas por pressa. Eu precisava fazer o chek-in, mas eu estava preocupado com o celular. Havia outro no meu bolso, mas aquele, o perdido, eu falaria bem mais com a namorada e com os familiares. O fato é que, por prevenção sempre carrego dois celulares na viagem. Consegui falar com meu pai, ele ligou para o outro aparelho e conseguiu falar com o motorista. Mas ele já não podia chegar a tempo e eu já estava aguardando o voo para o Rio no salão de embarque. Ficou combinado que eu o encontrasse na volta que ele me devolveria o celular e, aproveitando, já me levaria para casa.

Eu partia para o Rio e de lá para Brasília onde participaria da Cerimônia de Premiação do meu vídeo inscrito no 1º Concurso de Foto e Vídeo “Olhares sobre a Água e o Clima” promovido pela WWF Brasil, pelo HSBC Climate Partnership e pela ANA, Agência Nacional de Águas. Tudo foi muito corrido e simples, mas o Rio de Janeiro visto dos céus não é nada simples. É maravilhoso, revigorante. Para quem já está acostumado, nenhuma sensação. Mas para quem sobrevoava a cidade carioca pela primeira vez era uma emoção que pretendo repetir.

Fiquei pouco tempo em Brasília, o voo de volta ao Espírito Santo era no dia seguinte ao meio dia. Havia tempo suficiente para uma saída a noite e um passeio breve na manhã seguinte. Quando lia e ouvia que Brasília era uma cidade planejada, não acreditava que isso fosse tão material na realidade. Mas o fato é que, em Brasília, é tudo assim! Quer um hotel? Vá ao setor hoteleiro. Um hospital? Vá ao setor de hospitais. Presidente no seu devido palácio, vice no outro, ministros e outros bam bam bãns em suas mansões residenciais próximas às embaixadas dos mais variados países europeus e americanos. É tudo tracejado, tudo delimitado, cerquinhas, plaquinhas e muros. Ado, ado, ado, cada um no seu quadrado.

Ainda na capital brasileira, percebi pouco movimento. Nada de ruas residenciais, calçadas apertadas, trânsito de pessoas. Para falar a verdade vi poucas delas. O que mais vi foram asfaltos intermináveis que ligavam extremidades a outras. Sozinho eu me perderia, com certeza, e acho que nem GPS resolveria. Vi muita grama (seca, por causa do tempo árido em Brasília), vi muito concreto, muita janela, algumas flores também em seus devidos lugares, delimitadas, cercadas. Não vi cachorros, não vi casas populares, não vi barulho de gente, conversa, orelhão, lojas e bares em cada esquina, padaria, banca de revistas e jornais. Talvez não tenha visto tanta coisa por ter andado apenas no centro da capital. Mas o centro de uma cidade diz muito sobre o seu conjunto.

A capital brasileira não é, definitivamente, uma cidade turística. Porque turista que é turista sempre carrega pouco dinheiro na bagagem e Brasília é uma cidade feita para quem tem dinheiro, e muito! As lojas dos aeroportos esbanjam produtos caros e refinados e, para se deslocar de um ponto a outro da cidade é conveniente pagar um táxi que, também não é uma opção econômica.

Foi divertido, porém depressivo, andar sozinho por aquelas ruas largas e calçadas vazias. Andei bastante, viajei observando aquelas construções de Niemayer e, quando me dei conta, já estava bem longe do hotel. Voltei tudo a pé. Passado mais algumas horas eu já estava no avião retornando para Vitória, no Espírito Santo. Um troféu na bagagem e um calo inconveniente no pé.






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