quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Devagar e sempre...

Paro, olho, sento e reflito. Havia muitas pessoas na praça, mas notei a presença inigualável de um casal charmoso, simpático e apaixonado. Estavam a se amar, a se admirar e verem no outro aquilo que sempre quiseram encontrar. Havia ali (e eu percebia) um amor e uma paixão forte e que ia persistir por muito tempo. Eram dois velhinhos, dois amantes, dois seres humanos buscando um refúgio para amar no século XXI. Se pararmos pra pensar, realmente não existem refúgios para casais apaixonados e que querem aproveitar o dia e, principalmente, se aproveitar em pleno século XXI. Na verdade existem, há sempre motéis, hotéis e outras chácaras dispostas a oferecerem o que há de melhor, mas estão aí (no mundo) pra fazer crescer a máquina capitalista e fazer sumir os verdadeiros sentimentos que nascem de momentos simples, de cenários simples, porém silenciosos e pouco poluídos. As pessoas ocupam o tempo com atividades fúteis, dinâmicas, corriqueiras, capitalistas... se esquecem de amar e de procurar um refúgio encantado para esquecerem dos problemas e se conhecerem através das marcas das mãos.Digo ‘encantado’ me referindo ao tipo de lugar que o faça bem (se quiser ir para o centro de uma cidade, ouvindo buzinas de carros, apitos e outros sons absurdos dos grandes meios urbanos, okay! Isso é uma opção sua.)

Eu fiquei lá, olhando e admirando aquela imagem. Como eu queria ter uma câmera fotográfica naquele instante para poder captar aquela cena tão escassa no mundo atual! Eu via não mais que dois apaixonados eu via duas mãos, duas demonstrações de tempo, de afeto. Eu via um carinho sem fim e uma paixão que não se nota com beijos e abraços, mas que se nota na presença. Acho importante as pessoas se abraçarem, se beijarem, mas nada, absolutamente, substitui a companhia, o momento á dois, o momento que é deles, que é nosso! A boa companhia é a principal fonte que alimenta de alegria nosso interior. Que nos transforma e nos faz enxergar tantas coisas boas, tantos caminhos para um futuro, tantas estradas, placas e setas a seguir.

E o lugar perfeito somos nós que descobrimos, mas tudo depende da companhia (isso inclui uma ‘não companhia’, já que alguns encontram seus melhores lugares para refúgio quando estão sozinhos). Estar sozinho também é uma opção.. Poder fazer um encontro e um ajuste com seus pensamentos e idéias é fantástico e lhe faz se tornar uma pessoa única e mais centrada na sociedade, capaz de enxergar seus erros, perdas e ganhos.

E eu continuei na praça, admirando a bela cena. O casal se levantou. Os dois se abraçaram, sumiram com o por do sol. Chego em casa e me deparo com uma cena parecida com a que eu presenciei na praça da cidade. Meus avós, sentados no sofá da sala, estavam de mãos dadas e tirando um cochilo tão gostoso que quase me deitei com eles para sentir o barulho dos dois corações batendo juntos, batendo forte e acelerados. Fiquei com sono, deitei-me ao lado, cochilei um pouco, senti o amor.

E se existe um lugar ideal? Invente, crie, procure. Quem sabe o sofá da sala não se torne um bom começo para a representação mais íntima dos seus sentimentos?

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