quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A menina e os óculos...


“...e de repente a menina levou à mão aos olhos, apanhou os óculos, suspirou. Fingiu que não olhou pra mim, enxugou as lágrimas e eu me senti um completo idiota tentando me esconder daquilo que eu sentia. Tentando esconder uma tristeza tímida e algo que eu, simplesmente não sei explicar. E eu ria do nada, absolutamente. Ria de uma coisa que eu inventara pra simplesmente ter o que fazer, e, talvez assim, desviar as minhas atenções e esboços de pensamentos para o nada. E ela continuou naquela indecisão de olhar.Mostrou-se séria, me deixou preocupado. Fiquei sério em seguida. Eu senti um aperto no peito, ela me envolveu, não fisicamente, mas em espírito. Eu sentia, e muito forte. Os óculos continuaram em sua mão. Eram seu olhos e mais nada, nenhuma outra esfinge, máscara ou barreira que pudesse emparedar algo de mais verdadeiro, mesmo triste ou alegre. Óculos... Simplesmente passei à adora-los... à quere-los sempre longe quando quero ter o zoom dos pensamentos daquela menina e à quere-los sempre perto quando passo de um mero menino bobo à categoria de anjo da guarda. Passei a quere-los quando, no fundo, no fundo, faziam a menina enxergar o que de tão bom ela causava em mim, como ela podia trazer tanta alegria e tanta risada num dia tão vulgar e hostil e como, com a sua simplicidade e riqueza de expressão me fez sentir a pessoa mais feliz e segura do mundo”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ela escreveria um soneto alexandrino. Contaria a métrica, intercalaria as rimas, aliteração, sinestesia e todos os recursos literários que lhe fossem permitidos. Depois de compor o poema, botaria melodia; uma bossa, talvez... Violão, violino, piano, saxofone... Vozes... Ah! Seria perfeito! Contrataria uma banda de músicos profissionais para acompanhá-la e tocaria pra ele... Mas pra quê, se ela pode telefonar e dizer tudo em três palavras?

Thanks for letting me love you!

Te amo.
Beijo grande

Mariana Candido