sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Hoje estou com uma tremenda dor de cabeça. Confusões psíquicas, sentimentos indescritíveis, acumulação de rancor, ódio, tédio e ansiedade. Por que estou assim? Eis a pergunta que, até agora não consegui responder. Vovó diz que foi o leite que tomei na última quarta-feira e, ainda insiste em dizer, que o nervosissmo pré-provas também ajuda, afinal vou fazer prova nesses últimos dias. Mamãe diz que é uma virose, algo passageiro, mas que ataca se não curar. Pai sempre diz que é dor de cabeça e diz que é pra deitar, estudar e ser confiante. Eu já considero essa minha "perturbação", como passei a chamar, uma consequência de uma série de coisas. Provas? sim; Medo? sim; Ansiedade?; também.

Nesses últimos dias tenho sentido tantas coisas, além das dores de cabeça e de barriga. Tenho sentimentos que saem da cabeça, mais precisamente do cérebro, sentimentos que vêm da alma, do corpo que clama por férias, mas, um sentimento mais profundo ainda que, está encurralado, perdido e indeciso dentro do coração.

Tenho vontade de amar, surgem pessoas, surgem mulheres. Eu não sei dizer: Te amo. Aliás, até sei, mas não sei se sabem que "amar" parte de um significado tão abrangente e se particulariza num só sentimento oculto e não-vazio que teima em ficar preso.Por que não sei falar? Por que não sei pedir? Por que não sei implorar? Eu tenho tantos medos, tantos sonhos e tantas ilusões acumuladas que não sei lidar com caminhos já traçados, com pedras já polidas, com sonhos já sonhados. Eu quero é amar.

E, além de mãe, pai e vó, dizem que é a carência, falta de boca, contato humano. Dizem...dizem...apontam o problema, mas não se sugerem como solução.Não se doam.Não me doam. Culpa minha, culpa do meu silêncio, culpa dos meus sentimentos presos, sentimentos bandidos.
E eu queria fugir, fugir, furgir...
Eu queria estar aqui, alí...
e poder realizar sonhos que eu não posso...
navegar por mares tão longíquos que eu desconheço
Escrever obre aquilo que não sei
Sair e voltar, voltar sem sair e madrugar num cemitério
Ver velas velando as minhas dores, vê-las partir, vê-las arder, sumir, enfim, se decompor...

Seria simples fugir, mas eu queria mais, queria acabar com essa minha angústia que, eu sei, vai passar, acabar com essa ansiedade que, eu sei, vai passar.
São tantos projetos, tantas ligações, tantas promessas de beijos, tantas promessas de abraços. E eu fico aqui, os esperando, os venerando.
Eu fico longe, fico perto, fico nu, fico mudo. Desenho tatuagens, sinto mãos e pernas, sinto pele fria, sinto olhos quentes e bocas secas pedindo algo que eu não sei bem o que é.
Sinto muito por mim mesmo, sinto muito por minhas angústias e pelo meu silêncio. Eu não queria ser assim. Me falam que falo bem, me falam que falo demais, mas falo coisas banais, coisas que todo mundo sabe, falo a respeito do mundo, o que não significa nada, e esqueço sentimentos meus, esqueço aqueles sentimentos ocultos que não conto pra ninguém, sentimentos e vontades, vontades absurdas (talvez não) vontades abstratas e desejos inocentes de carência que pode, ou não, ser correspondido.
Espero?
Espero...
Espero.


PS.:::::::ESPECIAL: CAPITU

Assisti, até agora, apenas um capítulo, mas é de encantar qualquer contemporâneo de época.Eu, particularmente não posso deixar de demonstrar minha imensurável honra ao ver uma das mais famosas emissoras mundiais de televisão exibir e produzir uma microssérie primorosa como essa. Brasileiros sim e podemos dizer: é nosso!Orgulho em fazer parte da nação brasileira-global
A música tema é linda demais. Se chama Elephant Gun da banda Beirut. Me indentifiquei com a letra, reflete algo que sinto, algo que não é, exatamente, palpável e explicável.

Letra (traduzida)

Elephant Gun

Se eu fosse jovem, eu fugiria desta cidade
Enterraria meus sonhos no subsolo
Como eu, nós bebemos até morrer, nós bebemos essa noite

Longe de casa, elephant gun*
Vamos derrubá-los um a um
Nós os deitaremos, eles não foram encontrados, não estão por aqui

Que comecem as estações - elas rolam como devem
Que comecem as estações - derrube o grande rei (2x)

E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam a noite

E rasgam o silêncio do nosso acampamento à noite
E rasgam o silêncio, tudo que é deixado é o que eu escondo

*elephant gun: é uma arma de calibre largo. Ela tem esse nome porque originalmente eram feitas para uso de caçadores de elefantes ou outras caças perigosas.


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