sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Viva os casamentos!

Dia desses comentava com amigos e minha namorada sobre casamentos. Comecei a pensar no meu. Minha namorada também traçava planos. E eram muitos. Eu estava antecipando dias, anos. Mas a sensação era boa. Eu sentia uma emoção muito forte, sentia uma alegria sem explicação. Talvez um futuro agradável nem precise de um casamento formal, aliás, casamento não significa apenas subir ao altar, assinar os papéis e posar para fotos. Mais que isso: casamento é o conjunto todo. Desde o primeiro beijo à primeira transa, os desejos, os medos que passamos juntos, as risadas, os momentos tristes que compartilhamos, as juras e momentos de sintonia e harmonia: isso é casamento.
Ainda sobre o assunto, eu e Mariana começamos a pensar em detalhes. Até em padrinhos pensamos (juro, eu estava acreditando realmente que iria me casar - mas vou!). Do nada convidamos uma grande amiga nossa, uma pessoa que é quase nossa “segunda avó”. Após o convite e muitas, muitas risadas, ela disse:
__Quê isso! Casar? O negócio agora é juntar!
Apesar do fato da Tereza nem ter dito se aceitaria ou não o convite, o que mais me chamou atenção foi a mentalidade moderna que ela demonstrou. Tereza nunca foi de ir à igreja. Critica muito a instituição religiosa, mas acredita muito em Deus. Me pareço muito com ela. Das vezes em que fui à sua casa, me tratou sempre com cordialidade e muito humor. Respeitava os comentários, falava sobre clima, novela, netas, cachorros, galinhas e papagaios.
Juntar! Nunca tinha pensado nisso. Abandonar o tapete vermelho e juntar os trapos, as bagagens. Fugir das dívidas, dos flashs, das críticas e das dores de cabeça! Parecia uma boa sugestão. “Juntar” poderia ser até mais que perfeito que um casamento cinco estrelas como eu pensava.
__Casamento hoje em dia ta assim. Ninguém quer gastar, ninguém quer arriscar. Casamentos acabam com uma facilidade... – ela completou.
Concordei imediatamente. Há milhares de casos assim hoje em dia. Mas e quando o amor é para sempre? Juntar ainda é a melhor saída?
Ainda pensando nos “preparativos mais que antecipados do casamento”, convidamos outra pessoa como madrinha. Mulher espiritualizada, sempre amável e que inclusive deu força para que eu ficasse com a Mariana. Logo que a convidei, ela abriu um sorriso que me fez acreditar realmente que eu ia subir ao altar daqui uns poucos dias.
__O de vocês só será uma vez: única e definitiva. – ela disse.
Emocionei-me com o que Soninha havia dito. Ela sempre diz coisas boas quando se lembra de mim e da Mariana. Mas o fato é que há muito tempo para pensar. E, como bem lembrou Mariana, ainda mudaremos muito de idéia. Até o dia do casamento, muderemos cerca de mil vezes a lista de convidados, as cores do convite, das flores, enfim! Quem sabe não juntamos tudo mesmo e esquecemos das cores, das musicas e dos convidados?
Mas foi divertido pensar. Foi divertido comentar sobre emoções futuras, sobre casamento, união e economia. Continuo pensando que casamento ainda é o ato de se unir, desde a concepção. Não importa se há papéis, se há aliança. Há, realmente, prova maior de união do que o simples fato de sermos ligados pelo coração e pelo pensamento? O principal contrato que fazemos é aquele com o coração, com a amada, com os olhos, com a alma. Não há dúvidas de que o casamento é tudo isso.
Frases típicas de cerimônias de casamento são as piores: “de hoje em diante, vocês viverão uma nova vida!”. Porque nova vida? Ok, os hábitos com certeza irão mudar. Mas o amor vai continuar o mesmo, os pensamentos, a união pelo coração vai continuar e isso existiu desde o primeiro beijo, desde o primeiro encontro. Por isso, ponho fé naqueles que se dedicam, que se doam para um primeiro beijo, para um primeiro contato. Afinal, um primeiro beijo e um primeiro encontro podem significar muito mais do que uma cena de casal apaixonado. Podem significar um “sim” diante de si mesmo. Um compromisso que criamos com o coração, com o amor, com a fé.
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Procurei encontrar motivos para eu estar com tantas dores de cabeça. Eu estava pensando demais, eram idéias, projetos, planos, enfim! Eu não parava. E tinha (tenho) umas manias de pensar e idealizar coisas meio extravagantes e mirabolantes. Alguns me achavam estranho, outros já me taxavam de louco, preso em idéias fixas, sem tempo pra vida, sem tempo para o amor.
Enfim amor...o conheci e pude aprender suas maravilhas, entendê-lo e continuar entendendo é minha sina e meu passatempo preferido. Eu ainda me considero totalmente atrapalhado, confuso e cheio de idéias mirabolantes e extremadas. Mais que isso: ainda sou um completo desastrado. São incontáveis as vezes em que caio sem ter motivos plausíveis, que tropeço no invisível e deixo as coisas caírem.
Mas ainda bem que alguém se apaixonou por mim. E a lei dos opostos funcionou comigo. Isso não significa dizer que meu amor não tinha nada a ver comigo. Até porque detesto as pessoas que usam esse termo: “Nada a ver”. Para mim, não tem nada a ver dizer que as coisas não têm nada a ver. :D Eu e ela temos muitas coisas em comum, mas o jeito mais simples, calmo e sereno que ela tinha e tem me encantava e continua me encantando.Eu pude perceber o quão ignorante eu era e estou me esforçando para não continuar sendo. Ela me trouxe imagens raras de simplicidade, atos, práticas que começaram a me encantar. Enquanto eu me confundia, ela me olhava com olhos arregalados e, ao mesmo tempo, serenos, mansos, infantis, ingênuos. Enquanto ficava nervoso, ela me acalmava, com palavras simples, com atos sinceros.
Eu, finalmente, me senti completo. Ela trouxe tudo aquilo que faltava para que eu pudesse respirar com calma e conhecer o que verdadeiramente era o amor, a arte. Eu podia imaginar todas as formas de amor, mas nunca pude ter tanta consciência de que aquilo que eu estava vivendo era realmente uma paixão. Será que eu a completava do mesmo jeito que ela, com esse jeito encantador, me completava?
Dia desses começamos a pensar em alguns detalhes de gravação. Mariana, além de namorada, também era parceira de trabalho. Alguns podem achar estranho, mas tudo dá hiper-certo quando estamos juntos, trabalhamos juntos. O que eu penso, ela pensa melhor. O que eu sei, mas não consigo dizer, ela diz. É assim. Um se liga no outro. É assim que funciona.
Houve um dia que Mariana não pôde se entregar totalmente ao serviço e eu me vi completamente perdido. Sem minha guia, sem minha fornecedora de energia e sentimentos. Sem a minha fonte de criatividade e eficiência. Quanta diferença ela fazia! Quanta saudade eu sentia!
Foi assim, fácil de perceber como ela estava me completando. Ela me suportava e eu a suportava. E era incrivelmente adorável ouvi-la (confesso que às vezes, por nervosismo, meus ouvidos simplesmente se fechavam, mas depois eu sentia que o remédio que me curava do nervosismo ao extremo, era ela, era a voz dela, calma, serena, transformadora).
É assim que eu me sinto. Um completo dependente, um completo viciado por um amor que me faz sentir uma pessoa completamente completa.
Eu confesso que aprendi e estou aprendendo muito com ela. Estamos juntos sempre em busca de uma perfeição capaz de nos agradar, agradar nossos corações. Sempre colhendo frutos, plantando árvores que irão crescer, dar frutos e depois se tornar galhos secos, futura lenha que vira brasa e acende as chamas que esquentam nossa alma, nosso coração, nossa união.
Te amo!
(texto dedicado à minha namorada - Mariana)

Um comentário:

Anônimo disse...

Amo vc!









sua Mariana ;)