domingo, 21 de março de 2010

Espírito Santo no Mapa!

Nasci no Espirito Santo, mas toda vez que alguém me pergunta de onde eu sou me olham torto. Pra ser sincero eu não sei se o Espírito Santo possui uma identidade própria, algo que o caracterize, que seja uma marca no Brasil inteiro. Para me formar em jornalismo vim pra Minas, Ouro Preto, cidade histórica, igrejas, igrejas e...igrejas!
Mas, passado praticamente um ano, a saudade de casa e a vontade de me transferir para o Espírito Santo é grande. Sei que, para uma carreira voltada para a área jornalística e audiovisual, ficar no Espírito Santo (talvez) seja condenar-se, mas passei a enxergar esse ponto de vista por outro viés.
Já andei reparando o noticiário espírito-santense tanto televisivo quanto impresso. Falta muita coisa, aqueles profissionais podem bem mais. Confesso que não suporto Vitória (a capital), mas que seria um desafio conhecê-la a fundo e descobrir coisas ocultas que ninguém viu e teve a ousadia de captar de modo criativo, experimental, documental.

Estou interessado em voltar ao Espírito Santo e investigar seu passado, investigar sua gente seu povo. Perguntar as pessoas o que acham sobre o próprio estado. Estou a fim de conhecer realmente o Espírito Santo, um pouco de cada cidade, um pouco do oculto de cada município. Conhecer os lugares conhecidos pela lenda, documentar a cultura, os causos, os versos dos humildes.
Quero navegar pelo cinema capixaba, fazer parte do mesmo e, me diferenciar de muitos, que se esquecem do estado o qual nasceram. Sonho.
Minas, por exemplo, possui muitas vertentes, várias identidades dentro de outra identid
ade maior e abrangente. Muito daqui já é conhecido nacional e internacionalmente. È claro que se mesmo estudando no ES ou em MG, não é por lá que pretenderei ficar até os finais de minha desconhecida carreira “profissional”. Quero conhecer outros lugares também, trabalhar com outras pessoas em lugares que me ofereçam maior estabilidade. O que eu não quero é desprezar e pensar que o Espírito Santo é um estado sem cara, sem rosto, sem face. Alguns capixabas mais antigos me achariam idiota. Mas, olhando de fora e vendo pela perspectiva de outras pessoas (mineiros, cariocas, paranaenses, pernambucanos, baianos, gaúchos) pouco se fala da cultura (ela existe?) e da identidade espírito-santense.
Já conheci baianos que fizeram conhecer o dialeto único, conhecível em qualquer lugar, conheci gaúchos que cá trouxeram seu chimarrão, seus costumes e seu falar diferenciado, já conheci o modo peculiar dos mineiros, a maneira como se dirigem à cultura e costumes de seus estados, como as exaltam com veemência, como tem orgulho.
Quero criar para mim um estilo audiovisual pautad
o e baseado em alguma cultura, e quero, desejo que essa cultura não seja a mais conhecida de todos. Que graça teria algo repetido, já conhecido? Quero algo novo, algo a se descobrir, desenhar, procurar. Não quero nada fácil, não quero reproduzir o já reproduzido, proclamar o já proclamado, celebrar o que já se foi falado, deslumbrar o que já é belo. Quero e estou esperançoso em transformar as cidades do espírito santo em pano de fundo para minhas histórias, sejam elas fictícias ou reais. Documentar o boi-pintadinho, a folia de reis, o povo e a modernidade do espírito santo de forma singular.
Talvez, nessa minha viagem audiovisual e jornalística, me perca no meio da história capixaba e me fixe lá por completo. Também não será nada mal. Só não espero morrer de fome. Sei que sofrerei pa
ra fazer aquilo que gosto, insistirei com todas as minhas forças, batalharei. Estou percebendo desde cedo que não é fácil. Quem se arrisca no cinema deve ser muito corajoso ou ter muito dinheiro como João Salles. Fazer cinema e jornalismo é um prazer, não simplesmente um hobbie (também é). Quem faz cinema ou quem faz jornalismo é porque tem a certeza de que é aquilo que quer . Todo estudante de jornalismo chega à faculdade ainda com duvida entre a comunicação e o direito. Propagam-se, entre as próprias famílias, sociedades em geral que engenharia, medicina e tais, tais... são os cursos que nos garantem profissionalmente. Não me oponho. Sei que um médico recém formado ganhará sempre mais. O que me impressiona é o fato da pessoa estudar 6 anos já sabendo que terá um futuro garantido, dinheiro no bolso, carro na garagem.
O legal é arriscar suas pratas num jogo imprevisível até o fim, saber o que quer exatamente, viver intensamente cada momento, sempre com preocupação no futuro, claro, mas ter vontade para experimentar , para tentar. Nada é tão importante, também, do que ter na cabeça o qual será o viés a se seguir, qual a ‘identidade profissional ‘ que será seguida. Eu já estou traçando a minha, pensando, planejando, sem frustração e medo.

Uma viagem no meu mundo de criações


Chego de uma longa e trabalhosa temporada no Rio de Janeiro. Digo trabalhosa porque foi um momento em que eu, enquanto a namorada fazia uma oficina nas dependências da fundação Roberto Marinho, tive várias e várias idéias. Vontades de transformação, mudança com relação ao meu estilo de trabalho. Mudanças necessárias, mudanças pequenas, não radicais.
Aproveitei bastante os locais de visitações cariocas tradicionais. Praxe. Uma paz interior surgira, conheci pessoas, algumas mais crianças, algumas mais adultas. Mas todas me trouxeram inspiração, trouxeram a realidade a seu modo. Conheci profissionais, seus medos, seus desejos, suas idéias e suas influências.
Tudo foi construtivo para a minha volta. Quis chegar na minha cidade natal produzindo coisas com qualidade, mais qualidade ainda. Tempo? Realmente eu não tenho. E entre aproveitar o carnaval da minha pacata cidade natal e começar uma pequena jornada de gravações no mesmo período, fico com a primeira opção. Muito estresse, muita preocupação, mas, muito tesão, confesso.
Ultimamente tenho tido preferência pelos produtos menores, pelas coisas menos trabalhosas. Confesso que consigo transformar uma produção de um curta metragem de um minuto e meio numa coisa altamente preocupante e estressante, mas a proporção ia aumentar se o produto final fosse um longa-metragem. Passei a me dedicar com trabalhos pequenos, coisas bem produzidas e compactas, coisas gostosas de fazer e que não me limitem, não limitem minhas férias, meu namoro.
A minha preferência mesmo é passar as próximas férias trabalhando com aquilo que gosto, aquilo que gosto mais ainda que as aulas de jornalismo, sempre teóricas por enquanto. Voltar para a minha cidade natal ainda continua sendo inspirador. Não minto que Ouro Preto possui um alto dom de inspiração, uma beleza histórica e artística que me deixa tão embebedado que fico imóvel. Sobra apenas a ilustre capacidade de apreciar, viajar e sonhar em produzir algo ficcional ali no futuro. Nada de verdade, apenas as paredes e as fachadas de décadas
Ouro Preto e Mariana continuam cheias de informação. São cidades que atraem turistas de todos os cantos da América. São berços de eventos incrivelmente bem produzidos e calcados na cultura da região. Domesticam uma grande quantidade de livros, acervo que deixa clara as manifestações que ocorrem ali, as histórias vividas, os acontecimentos mais marcantes. O fato é que Ouro Preto é uma cidade de grande peso cultural no país.
A ocultalidade ainda é algo que chama minha atenção. Sou atraído pelo secreto, o escondido. As histórias mal contadas, os versos dos personagens mais estranhos e discretos. Por isso, voltar a Muqui durante as férias, mesmo que por alguns dias, é algo que me deixa redondamente feliz. Muqui me instiga e faz pensar. Quando penso, invento e, quando invento, me alegro, me enfeitiço, me faço acreditar naquilo que eu próprio inventara. Aí sim passo a acreditar que as coisas são possíveis quando se pensa, se sonha, se inventa de verdade. Contradição. Quando “se inventa de verdade”. Sou um eterno mentiroso, um reles e mortal indivíduo que tem o um nariz que cresce infinitamente. Criar histórias ainda é algo que me fascina. A Herança é apenas uma das minhas maiores mentiras. Escrevi com base na realidade, nas coisas que ouço nas ruas, nas coisas que vivencio dentro da minha própria casa. Por incrível que possa parecer e por mais que a mentira ainda seja, em parte, ridicularizada pela sua criação, grande parte de acontecimentos reais, vividos pelos mortais, às vezes parecem inacreditáveis, coisas capazes de surpreender e ultrapassar até, o mundo ficcional.
Quando lemos jornais revistas e outros meios de comunicação, entre eles a internet que é o meio que consegue ser multifacetado, globalizado e altamente atualizado, surpreendemos pelas quantidades de acontecimentos que assustam. Muitas são as histórias, os vídeos, as fotos.
O cinema entrou na minha vida de forma discreta. Talvez ele já estivesse presente desde a minha primeira criação de história, algo que ocorreu lá pelos meus 9, 10 anos de idade. Talvez não. Quando vou produzir qualquer coisa, seja ela a mais simples possível, procuro estar por dentro da produção, cenografia, direção, fotografia e roteiro. Eu não conseguia me desapegar, confiar inteiramente em outras pessoas. Sim, sei que isso não é certo. É preciso se desapegar do projeto, fazê-lo coletivo, abrangente.
Essa viagem foi importante para mim. Ouvir aqueles profissionais novamente foi enriquecedor. E vou levando a vida, pensando, criando, coisas grandes, coisas pequenas, simplesmente coisas.

Amor, amor...

Procurei encontrar motivos para eu estar com tantas dores de cabeça. Eu estava pensando demais, eram idéias, projetos, planos, enfim! Eu não parava. E tinha (tenho) umas manias de pensar e idealizar coisas meio extravagantes e mirabolantes. Alguns me achavam estranho, outros já me taxavam de louco, preso em idéias fixas, sem tempo pra vida, sem tempo para o amor.
Enfim amor...o conheci e pude aprender suas maravilhas, entendê-lo e continuar entendendo é minha sina e meu passatempo preferido. Eu ainda me considero totalmente atrapalhado, confuso e cheio de idéias mirabolantes e extremadas. Mais que isso: ainda sou um completo desastrado. São incontáveis às vezes em que caio sem ter motivos plausíveis, que tropeço no invisível e deixo as coisas caírem sem motivo.
Mas ainda bem que alguém se apaixonou por mim. E a lei dos opostos funcionou comigo. Isso não significa dizer que meu amor não tinha nada a ver comigo. Até porque detesto as pessoas que usam esse termo: “Nada a ver”. Para mim, não tem nada a ver dizer que as pessoas não têm nada a ver. :D Eu e ela temos muitas coisas em comum, mas o jeito mais simples, calmo e sereno que ela tinha e tem me encantava e continua me encantando.Eu pude perceber o quão ignorante eu era e estou me esforçando para não continuar sendo. Ela me trouxe imagens raras de simplicidade, atos, práticas que começaram a me encantar. Enquanto eu me confundia, ela me olhava com olhos arregalados e, ao mesmo tempo, serenos, mansos, infantis, ingênuos. Enquanto ficava nervoso, ela me acalmava, com palavras simples, com atos sinceros.
Eu, finalmente, me senti completo. Ela trouxe tudo aquilo que faltava para que eu pudesse respirar com calma e conhecer o que verdadeiramente era o amor, a arte. Eu podia imaginar todas as formas de amor, mas nunca pude ter tanta consciência de que aquilo que eu estava vivendo era realmente uma paixão. Será que eu a completava do mesmo jeito que ela, com esse jeito encantador, me completava? A pergunta era um pouco complexa, mas eu sabia que existia uma resposta completa: sim.

“Espírito. Meu espírito. Eu te louvo e glorifico. Viva a vida e a mágica sensação de presenciar a natureza e tudo aquilo que advêm dela. Inclusive nós”

Ouvir e esperar.


Eu estava realmente certo. É uma certeza que surge sem ter limites e chega até a mim como uma coisa boa.
Durante alguns dias percebi o quanto estava certo. Sim, eu estava certo quanto aos meus pensamentos idiotas sobre as teorias de conspiração, energias positivas e negativas, interatividade. Coisa de louco? Talvez. Creio que não consigo me explicar da melhor forma possível. Nem eu mesmo, às vezes, não consigo me entender. Ok, não sou sã.
Eu sempre fui daqueles que detesta esperar, mas meu limite de paciência é infinito. Isso não quer dizer que eu goste de esperar. Muitas vezes me arrependo por não ter esperado o tempo certo de fazer as coisas. Eu via objetos crus, não completos. Aprendi a esperar, a gostar do tempo. Ele sim é meu eterno inimigo. O tempo.
Há muito tempo venho pensando no quanto a minha infância influenciou no meu modo de viver e ver o mundo. A maneira como faço meus trabalhos, a preocupação que tenho com os mínimos detalhes. Enfim, percebi que era possível uma construção individual de um modo de trabalho que trouxesse segurança futuramente. Não digo de segurança financeira, até porque, a felicidade que se tem num determinado trabalho que desempenhamos substitui qualquer quantia em reais ou dólar que apareça na conta corrente. Também não falo de trabalhar na miséria sendo um perfeito idiota, sobrevivendo a custa dos outros. O que quero dizer com segurança futura é que, por mais difícil que seja, devemos iniciar nosso trabalho usando o tudo de si, isso inclui dinheiro, trabalho, talento e simplicidade.
Confesso que não consigo ser simples nas coisas que faço. Costumo desempenhar o meu trabalho da maneira mais rebuscada e barrocada possível. Gosto de ver as coisas acontecendo do jeito que imaginara. Sei que isso pode frustrar. Não me importo. Surge uma segurança em mim de que as coisas irão surgir, que as coisas irão acontecer para aqueles que sonham, que fazem as coisas acontecerem na intimidade. Quero dizer que muitas vezes podemos realizar o trabalho de uma maneira rebuscada, cheia de detalhes, rica. Mas que, muitas vezes o trabalho nãos era em vão se 100% das pessoas verem isso pronto. Tudo acontece na intimidade, na realização de desejos pessoais. Antes de agradar as pessoas, tenho que agradar a mim, agradar-me pessoalmente, satisfazer aquele desejo interior de ver as coisas acontecendo exatamente (ou não) daquele jeito que sonhei.
Diegese.
Querer chamar atenção, mas viver no oculto. Por trás dos palcos, atrás das cortinas. Fazendo a minha parte da melhor forma possível.
As coisas vão aparecer, as coisas vão surgir. E se for a minha vez, se for a minha hora, o caminho vai recomeçar, bravo e manso como sempre.
Eu não preciso correr atrás, ficar fazendo exibicionismo. Numa palestra com profissionais importantes, por exemplo, eu prefiro entender o que eles dizem, captar ao máximo, ouvir e ter variadas interpretações válidas pro meu crescimento profissional, do que ficar correndo atrás deles após a reunião. Ok, acho isso importante, acho interessante ter contato, mas a timidez e a humildade são cosias ainda pertinentes na minha vida. Não consigo dizer: Olha, eu trabalho com isso, faço isso, isso e isso. Até porque a chance do palestrante acreditar em tudo o que você está dizendo é mínima.
Admiro aqueles que conseguem tal maestria. Que conseguem ir atrás desses profissionais, os pertubá-los construtivamente. Mas, ao mesmo tempo, eu repugno esta idéia. Temos que crescer sim aprendendo a ouvir aquilo de disseram durante a palestra, crescer com todas aquelas referências. Crescer lembrando dos acontecimentos e, principalmente, aprendendo com os próprios erros.
Repugno quem deixa o som da própria boca romper o silencia que, sim, é o melhor remédio, é a fortaleza, o método indispensável para quem quer crescer com o máximo de dignidade. Saber ouvir. Isso aprendi desde a infância quando era necessário sentar ouvir sermões dos pais, sem nenhuma interferência. É necessário ouvir os mais velhos, os pais, os avós, os profissionais que já passaram pela sua fase. Diante das conversas, das relações entre as pessoas percebo-me longe, percebo que somos muito pequenos diante de toda essa gente trabalhadora, de todos esses profissionais. Ainda há muito a crescer, ainda a muito a mudar, ainda há muito a sofrer e a chorar. É preciso saber que não somos nada, mas podemos, sim, ser tudo.


Ouvir. Saber o que ouvir e quando ouvir. Saber ouvir apenas. Sugar e compreender. Anotar? Talvez, mas lembrar, guardar para a vida. Cansado. Eu estava. Ver pessoas que se expõem demais, chamam a atenção sem necessidade. To afim de aprender, apreender, ser mais através daquilo que ouço. Ouço tímido, atento, assim.

Escola, religião e família

Recordo-me bem das manhãs frias quando ia para a escola. Tinha uma prazer imenso, uma vontade, uma gana de encontrar os amigos, vontade de ouvir o sinal do recreio tocar para que todo mundo se encontrasse lá fora. Com aquele sol que esquentava um pouco. Pão com manteiga, lembranças da avó em casa, preparando almoço, vontade de escrever, conversar. Meu passado foi cheio de momentos bons (assim como o passado de todo mundo), histórias, acontecimentos, falas, gestos e locais. Sim, locais. Lugares, paisagens, simbologias. No pátio externo de minha antiga escola havia árvores, paralelepípedos mal postos, flores, pedras e...uma hélice. Sim, uma hélice de avião. Eu e amigos ficávamos ali por horas. O que de fato tinha acontecido com aquele avião que havia caído nos arredores da escola hà um tempão atrás? As curvas da peça do avião eram nossos “escorregadores”. Era ótimo sentar ali, até mesmo para escrever, contar e dividir segredos.
Bom, já que comecei falando de passado e algumas das lembranças dele, bom falar também em religião. Não há dúvida alguma de que essa característica permeia toda a minha vida. Desde pequeno sabia o pai-nosso, fui criado num meio familiar repleto de anjos, repleto de canções natalinas que me faziam referências bíblicas. Rezar em família, na ceia, antes das refeições, agradecer, orar sempre pelos amigos, tios, pai, mãe e avós. Ia sempre á igreja, nas missas de domingo pela manhã, catequese...primeira eucaristia, coroação..como era bom ter esse vínculo religioso. Os tempos passaram e, hoje, quando vou à missa, surgem pequenas lembranças, flashs preciosos dessas características de infância. É precioso quando isso acontece. Mergulho no meu passado na religião. Nas minhas idéias. Nos meus desejos, nos meus medos antigos. Como é bom poder lembrar com alegria os momentos que passei dentro da igreja, dentro de uma família.
Felizes aqueles que puderam ter um vínculo tão forte com sua família, com os laços dela e com todos os rituais sagrados que cada família possui. Sim, há problemas, mas há as mais variadas formas de expressão familiar, recordações de tios, sobrinhos, netos e bisnetos. Recordações e fotografias que irei levar pra vida toda.

Criança grande.


O fato é que cada coisa tem seu tempo. Cada coisa tem a sua devida hora pra acontecer. Não é demagogia. É fato. Passei a perceber que os momentos alegres da vida não acontecem a todo momento. Aprendi que os momentos realmente prazerosos, justamente aqueles que duram relativamente poucos, acontecem com pouca freqüência. Mas acontecem e devem ser valorizados quando surgem.
Estava há tempos sem escrever e, confesso, jurava ter perdido a minha sensível e pequena capacidade de observar as coisas (já que a observação ainda é o principal combustível da minha máquina de idéias). As últimas notícias dos meses me fizeram mudar a rota das coisas, dar uma pausa em projetos recém-nascidos, recém-planejados, quase prontos. Essas mesmas notícias significavam respostas. Algo como: “chega de brincar, agora você cresceu”. Essas respostas e notícias começaram a se tornar assuntos para futuras crônicas ou páginas de diário virtual. Eu começava a crescer e crescia dentro de mim uma vontade enorme de começar a crescer. Parece tolo e idiotamente medíocre dizer isso, mas nada como sair do seu mundo por alguns instantes e enxergá-lo de fora. Ter noção de que não é mais criança e que precisa crescer realmente.
Acho esse crescimento repentino espantoso. Ainda acho que serei uma eterna criança. As minhas idéias e tudo aquilo que faço (inclusive escrever) veio daquilo que eu era quando criança. Quando triste no canto de um quarto sem ninguém para conversar. Apenas lápis de cor, pincéis e... parede! Ainda lembro-me do meu primeiro conto, dos meus primeiros planos, dos meus primeiros sonhos. O melhor de tudo é saber que eles ainda continuam e isso é segredo para todo mundo que não faz parte do meu mundo, desculpem! RS.
Ainda faço planos bizarros, penso em coisas idiotas, brinco. E eu me pergunto agora: o que seria de mim se não brincasse, se eu levasse a vida tão a sério, tão a risca? Na verdade tenho medo de muita coisa, mas as brincadeiras e o espírito infantil que às vezes me invadem me fazem esquecer certos problemas tão idiotamente fúteis deste nosso querido século XXI.
Eu juro que não conseguiria viver sem lembrar e aproveitar tudo aquilo que vivi no passado. Tudo aquilo que eu sonhei, tudo aquilo que me fez sorrir, chorar.
Recém chegado de viagem, trouxe na bagagem muito assunto, fotos, vídeos, histórias tristes e alegres, aventuras milagrosas e “radicais”. Material que, para um prolixo como eu, renderia umas 149 páginas de repetidas e incansáveis declarações sobre as minhas íntimas observações que alguns podem achar inutilmente fúteis.
Em minha cidade natal, saí com namorada e amigos a um evento bem bacana. Fui à missa na minha enorme e aconchegante matriz de São João Batista. Agradeci tudo o que havia acontecido na viagem. Agradeci pelos momentos bons, pelos momentos em que eu tinha certeza que tudo estaria pior se eu não tivesse fé junto com mamãe que me acompanhava em tudo. Agradeci por ela também, minha mãe. Pela incrível paciência. Pelo amor e pela incansável vontade de me ver feliz e satisfeito. As situações que presenciei, ainda na capela, me fizeram ter vontade de escrever mais coisa, tive mais assunto, mais vontade de chegar em casa e passar tudo para uma folha, um rascunho de papel, um computador. Como não estava em casa, utilizei mesmo o celular. Anotei as palavras principais, frases que, automaticamente quando chegasse em casa, me fariam lembrar o que eu queria escrever. Em plena celebração, eu, meu celular e minhas idéias.
Eu estava com uma vontade absurda de escrever, mas sabia que aqueles textos, crônicas ou histórias não iam ficar prontos no mesmo dia ou na mesma noite. Confesso que as minhas vontades de escrever são momentâneas, instantâneas. Mas também confesso que elas sempre serão trabalhadas algum dia. Tenho uma caixa repleta de papéis. Há frases, nome de pessoas, nome de objetos, nome de produtos, programas de TV, situações e palavras em uma letra que nem eu mesmo, autor dessas artimanhas, reconheço. São esboços, projetos de futuras crônicas e livros. Uma caixa que, para mim, tem um incrível valor. É meu tesouro, algo que pode garantir meu sustento futuramente. (ok! Fui longe demais rs).
Mas o que eu percebo é que continuo sendo uma criança. Uma criança grande, com propósitos, com sonhos e manias que ajudam a montar meu quebra-cabeça pessoal.

Escrever e chorar: é só começar.

Texto extra: 1/06/09

Recuperado do meu aniversário de ontem, o qual merece um outro texto, usei a segunda feira para me reorganizar e retomar meus estudos já que tenho prova no próximo domingo. Na tarde dessa segunda feira aconteceram umas coisas e uma acumulação de temas e acontecimentos que eu não pude me furtar a dissertar, escrever, colocar para fora as sensações que estou sentindo e o que esses acontecimentos provocaram em mim. Passaram pela minha cabeça, esse final de semana, milhares de pensamentos, vários e vários “problemas” que eu mesmo invento e muitas sensações ruins que, de uma hora para a outra, desapareceram. Graças à Deus!
Lembrando dessa acumulação de sentimentos, que leva á um “despejo” de sentimentos através de texto (no meu caso), fiz uma analogia com o ato de chorar. Lágrimas. Quando choro, emano as lágrimas por demasiados motivos. Não choro por x, por y ou por z, mas choro quando x abala y e quando y se choca com z. Na verdade, só conseguirei mostrar o mais expressivo sinal de fraqueza (o choro, quando triste), quando xyz estão todos na minha cabeça, juntos e fazendo minha cabeça quase explodir.
“Escrever é como chorar. Só escrevo ou choro por vários motivos e não por um ou dois fatos isolados, a menos que causem em mim um tremendo choque de emoções e idéias”
Hoje, por exemplo, eu tenho tantas emoções para relatar que elas acabam se chocando e me fazendo ficar doido, porque não consigo ter um direcionamento e meu texto acaba ficando vago, sem direção, sem uma temática definitiva. Tem gente que gosta. Mas que besteira! Eu não tenho que me preocupar tanto com direção já que eu, assumidamente, já não me preocupo com a métrica, com a geometria, com a organização das palavras. Às vezes sim, as vezes não.
Tenho um primo que “ninguém queria ter”. Ele é bem agitado, elétrico e gosta de sempre mexer com as pessoas. É um garoto inteligente, apesar de muitas vezes ter me feito passar raiva (uma vez dei-lhe um beliscão que ele gemeu de dor). Eu não conseguia entender aquele gênio forte. Aliás, nem especialistas conseguiram entender, já que ele não tem problema específico algum. Nos últimos dias ele nem tem feito muita bagunça (principalmente no meu quarto que é o seu ponto alvo principal), creio eu que por causa do beliscão.
A mãe dele, apesar de gritar, nada faz. Seus gritos e nervosismos me deixam perplexo. E o menino cresce assim.Ainda anoitecendo fui até a casa dele para ajudar sua mãe (também minha prima), já que ela queria que passasse umas coisas no computador e gravasse algo que, nem eu lembro mais o que era exatamente. O fato é que eu fui, não consegui gravar e minha prima começou a se estressar pelo simples fato do computador estar travando. Eu sabia que ela tinha problemas com nervosismo, mas me assustou o grau e a rapidez com que ela se estressou com aquele mero PC.
_Tenho provas para imprimir! Trabalhos! Essa Impressora também não pega!
Meu Deus! Quanto apego as coisas materiais, quanta dependência à essas novas tecnologias. Confesso que eu também sou um pouco assim. Confesso até que, presenciar aquela cena me fez refletir, pensar e repensar à respeito das vezes que me prendo à computador e outras ferramentas tecnológicas.
Minha prima dizia: Eu perdi tudo! Perdi! Não tenho mais nada!
Quanta negatividade! Ela não havia perdido nada e eu tentava acalmá-la. Pedi que reiniciasse o computador em modo de segurança e ver se estava tudo salvo. E estavam todos os arquivos lá. Porém ela não parava de chorar. Só psicologia para entender. Na verdade eu entendia o que ela sentia. O computador dela não ligava mais, apenas em modo de segurança (o que para ela era a mesma coisa que nada).
Muitas vezes meu computador me deixou na mão. Sou de escrever, guardar coisas, deixar bilhetes, lembretes, tudo no computador (computador era sinônimo de agenda)! Vivia (e vivo) na dependência desse objeto vicioso e tecnológico criado pelas mãos miraculosas das inteligências geniais do nosso querido século XX. O fato é que, quando ele encrencava, eu me despencava a chorar, chorar, me estressar. É triste. E acho que isso não tem a ver com nervosismo ou falta de paciência, mas medo. Medo de perder os arquivos, as fotos. Isso tinha (e tem) muita importância para mim. Não tinha preocupação com o objeto em si, mas com o conteúdo. Na verdade sou viciado no poder que o computador tem em transformar as coisas. No poder que essa ferramenta tem de armazenar os arquivos com tanta eficiência e apagá-los ou nos deixar nervosos com espero prazer.
O computador é e vai continuar sendo a ferramenta auxiliadora da humanidade durante anos. Mas devemos usá-lo com cautela. Já me acostumei com seus ataques e, por isso, me previno. Mas, como disse anteriormente, o que me encanta é a capacidade de o computador oferecer tantas possibilidades para trabalhar nossa inteligência, nossa criatividade. Podemos fazer desenhos, gráficos, montagens, edições, produções de madrugadas inteiras, recados, textos, frases, versos, poemas inteiros, crônicas, contos, livros, novela...e eles podem sumir, simplesmente. O que me deixa nervoso é lembrar de todo o tempo e imaginação que tive para escrever, para fazer as montagens. Isso me deixa muito nervoso e me fez lembrar da prima.
Já estava tarde e ela, a cada vez que reiniciava o computador sem sucesso, aumentava a minha angustia. Que tensão! O que eu poderia fazer?
_Eu to impressionado! Como você pode ficar tão nervosa por um absurdo desses?
Foram essas palavras que eu pude esboçar. Ela derramava lágrimas a cada vez que dizia: Perdi tudo! Tudo!
Na verdade ela não havia perdido nada! Estavam todos os arquivos lá, mas ela não conseguia ligar o aparelho como sempre ligou e estava acostumada ligar. Ela queria “quebrar o computador”, socava a parede, gritava com o filho e, foi nesse exato momento, que eu, ainda num silêncio sepulcral, reparei a relação entre os dois (mãe e filho). Acabei percebendo o que de fato acontecia naquela família e que deixava o meu primo meio “agitado”. Tudo aquilo vinha de casa, dos estresses e nervosismos advindos da mãe, do pai ou da relação que vivenciaram.
Ter descoberto isso me fez crer na capacidade que uma criança tem de absorver os sentimentos, de tentar administrá-los e ter habilidade suficiente para isso. O meu primo não conseguia dizer nada. Nos instantes em que sua mãe se estressara estava em seu quarto, lendo e assistindo TV. Quando ouviu os gritos, veio assustado até o outro quarto saber o que estava acontecendo. Tentou, inclusive, acalmar a mãe sem sucesso. Os gritos continuavam, o estresse também e os meus pensamentos se confirmavam.
Fiquei com medo de deixar o filho ali com ela, naquele estado. Mas tive que ir para casa. Esbocei umas poucas palavras e me retirei, ainda com medo de que o estresse voltasse a abater e ela viesse a fazer uma loucura com o filho ou, tão somente, com o computador. Cheguei em casa um pouco abalado, mas convicto de que minhas conclusões sobre aquele caso estavam certas. Eu só devia ter daqui para frente mais “paciência” com o priminho agitado já que agora realmente constatei que a culpa não é somente sua e que beliscões devem ser dados,mesmo àqueles que “primam” bela e exemplar educação do garoto.

Exagerado, apenas

São exatamente 2:16 da manha de sexta feira. A insônia não me deixa dormir, não me deixa concentrar. Enquanto virava de um lado para o outro na cama, muito do que já vivi aqui em Minas veio à tona, inclusive aquilo que não foi vivido aqui, mas na minha cidade natal. Saudade daquele povo, saudade daquela gente, saudade daquela terra.
Reparei na provisoriedade das coisas e, principalmente, das pessoas. As conhecemos e as vejo partir assim, sem mais nem menos. Durante esse primeiro período já conheci variadas pessoas. Viajo amanhã (hoje) para o Espírito Santo e sei que, quando voltar, muitas pessoas vou rever e outras não mais. Mudaram a trajetória, rumaram outros horizontes em busca daquele caminho que o satisfaça. Tristeza? Senti, confesso. Uma tristeza no fundo. Uma angústia. Conhecer uma pessoa e saber que pouco provável será revê-la daqui a algum tempo é difícil de assimilar inicialmente.
É como ver um pássaro livre, conhecê-lo numa dada manhã de verão numa praça rústica. Você sabe que ele estará ali sempre, naquela região, na praça ou na cidade, nas vilas, nas ruas, nos forros das casas, mas não o verá da mesma maneira, talvez não haja um reencontro. Na verdade o que sinto agora não é tristeza, mas a assimilação de algo novo para mim, algo com o qual passarei a me adaptar. Pessoas vêm e vão em nossas vidas e podem trazer muito de si, podem nos inspirar, podem nos dar experiência. Sei que no fundo as encontrarei no futuro, não sei se pessoalmente, fisicamente. Mas em espírito, em lembrança. Pode ser que não, mas veremos gestos, movimentos, palavras e ações de outras pessoas que nos remeterão à imagem daquelas personagens que já passaram por nossas vidas mesmo que brevemente, intensamente.
A insônia continua e creio eu que, escrevendo, o sono volte a bater. Tenho estado atônito essa semana, ansioso, preocupado com o fim do ano. Minhas malas estão já prontas aqui do lado do laptop que, nessa madrugada, é meu tolerante que abre as portas para meus desabafos insolentes e perturbadores.
Tive aborrecimentos essa semana, estive num restaurante com os amigos. Amigo-oculto, nada mais clichê e nada tão mais convidativo para uma reuniãozinha charmosa e cheia de bom humor com os recém conhecidos amigos de “meio ano”. O que era para se tornar uma noite de despedida e risos (e foi) se tornou, para mim, um pontapé frente aos já acabaxis que vinha descascando. Confesso que errei em sair naquela noite, mas eu não poderia deixar os amigos lá, sozinhos compartilhando aquele momento bom. Porque eu deixei que isso acontecesse? Infantilidade? Estresse? Preocupação? Medo? Exagero? Sim, todas essas coisas somadas a uma estúpida incompetência de um estabelecimento comercial que não consegue entender as expectativas de um universitário faminto e ansioso. Exagerado? Eu? Sim. Posso mudar? Óbvio, mas enquanto eu perceber que esse exagero me traz benefícios eu continuarei exercendo meu lado crítico, escrevendo, opinando sobre a realidade que conheço.
O exagero pode trazer consigo uma carga opostamente negativa, mas me dá vazão para escrever, para relatar aquilo que sinto, criticar, enxergar coisas que, antes não enxergaria. É incrível, mas foi triste. Abracei os amigos, divertimos bastante, mas nada comi. Cancelei o prato. Eu poderia me considerar o mais afoito em comer, o mais interessado em pagar qualquer valor, qualquer preço por um prato que me fizesse passar a fome. Pobre do garçon, aliás, pobre da gerência (se é que havia gerência naquele lugar) por não reconhecer quem são seus clientes e o que querem realmente ali. Chopp? Não obrigado. Aceito uma batata recheada, aliás, aceito qualquer coisa. Mas por favor, traga-me algo comestível rápido!
Esperei as outras pessoas pedirem seus pratos. Sim, democracia! Ok! A fome continuara, mas eu não podia me desesperar. Mantive a calma. O ambiente era agradabilíssimo. O som, não muito, o cheiro (arghh) cigarro!
Tenho uma filosofia de vida que, realmente, tenho que parar de pregá-la, parar de comentá-la, parar de, simplesmente, pensar nela. Quando tudo parece perfeito algo de ruim acontece, algo constrangedor. E tudo, sabe com quem? Com a pessoa que vos fala. Circo, palhaço, brincadeiras com o público. Legal! Muuuuito interessante! Vou adorar rir do público. Uma pessoa? Hum, ok! Quem? Eu? Sim caros amigos, eu novamente entrando em cena.
Se de mil atendentes daquele “inútil” correio brasileiro, uma é extremamente incompetente, masca chiclete, comporta um fone no ouvido e atende de maneira marginal e antiprofissional, essa será a minha querida, a minha adorável atendente que fará o meu dia ser simplesmente mais feliz! Presentear-me com roupas e objetos de uma loja a qual passei anos planejando uma compra é perfeito. A menos que, na saída, por um descuido da direção da loja, aquele aparelho idiota detectasse algo nas minhas bolsas que fosse inconveniente ou indevidamente pego. Imagina!
Ver o constrangimento das empregadas da loja se desculpando pelo descuido em liberar a etiqueta dos produtos comprados não tem preço. Ver as centenas de pessoas do shopping me olhando como ladrão tem um preço altíssimo, mas me conformo, ninguém vai pagar. Sim, eu pago, pago muitos, muitos micos.
Apresentação de trabalhos escolares? Aff. Já até me conformei: sempre, sempre acontece algo errado. Um fio, uma chuva que estraga um cartaz, um pôster. Ok, vamos trabalhar com o digital, o moderno, o chique, o “infalível”. Balela! Previsível também são meus estresses, minhas lágrimas, meu desespero. Porque sou assim? Aliás, porque tudo acontece comigo? Lei da atração. Talvez.
E que tal ir num restaurante? Ok, não exijo um restaurante que, em menos de vinte segundos, me agrade com o prato pedido perfeitamente pronto. Mas exijo, acima de tudo, organização. Algo que detesto é ver, na mesma mesa, pessoas comendo e outras esperando. Pode apostar! Esse “outro” que espera faminto sou yo. Esse mesmo sujeito é capaz de ouvir impaciente as conversas, fingir tranqüilidade, suportar o cheiro de cigarro, ouvir as brincadeiras, os comentários sobre a comida, o churrasco preferido, a carne, a batata dos meus sonhos...faltava pouco, pouco, pouco. Quase uma contagem regressiva que, agora, recomeçara. Recomeçar? Tudo outra vez? Dispenso, obrigado. A fome? Coitada, já passou, dormiu durante o falatório. O desejo e a ânsia também se aquietaram. Conformaram-se com a provisoriedade das coisas, com o recomeço do cronômetro que marcava a saída do prato.
Inúteis e incompetentes. São o que são.
Pedido cancelado! Basta!
Batata semi pronta. Recheada, algo que devia estar pujantemente saboroso. Deixei para os reles inúteis e incompetentes comerem num canto da cozinha já que seria inútil guardar aquela batata feita com amor, carinho, dedicação e que (porra!) demorou séculos para ficar pronta.
Tirando esses detalhes quase “ínfimos”. A noite foi ótima, maravilhosa! Gargalhadas, presentes trocados, muita diversão. Hora de voltar pra casa, reencontrar a cama desarrumada, ligar a TV, ligar o computador e, finalmente correr para a cozinha fazer misto-quente porque esse, eu tenho certeza, é infalível e não exige tanto amor e carinho. Um pão com alguma coisa, um fogão aceso e um universitário exagerado já basta.
2:55

Chega de inquisição!

Vivemos na era da globalização. As informações circulam rapidamente e é quase inevitável não deixá-las à disposição de todas as pessoas que tem acesso a veículos de informação como jornais, revistas, televisão e internet. Quebraram-se as barreiras e, atualmente, podemos nos comunicar com qualquer pessoa e em qualquer lugar do planeta terra.

A imprensa, presente há anos na sociedade, é responsável por canalizar informações, registrar acontecimentos e passá-las para a população através dos meios de comunicação. Diante disso, podemos notar que a imprensa é extremamente importante para que cada indivíduo esteja bem informado. Porém, há casos em que a imprensa, querendo ou não, desagrada políticos, autoridades e importantes personalidades sociais por, muitas vezes, dizerem a verdade.

Durante a ditadura brasileira, os militares proibiam qualquer assunto referente à política nacional. Os veículos de informação se tornavam vazios, repleto de informações sem sentido. Até novelas e seriados, que faziam parte do entretenimento nacional, foram proibidas de exibir algumas cenas. Autores, jornalistas e fotógrafos foram perseguidos, parecia uma inquisição, tal qual aquela vivida na Idade Média.

O importante é reconhecer que essa época negra para a comunicação social brasileira não deve e nem pode se repetir. A opressão a artistas e intelectuais não é capaz de fazê-los improdutivos. A liberdade deve ser concedida para que haja produtividade e criatividade. Esse é o segredo. A opressão gera desconforto e cala o sentimento, o olhar, a crítica. Para se ter um Brasil cada vez mais íntegro e capaz de formar cidadãos críticos e conscientes é necessário que haja uma liberdade infinitamente garantida. Assim, teremos um país com intelectuais e jornalistas que, através de veículos de informação, formarão indivíduos conscientes e com importante papel na sociedade global.