sábado, 31 de janeiro de 2009

2009! Amor, festa e estudo.

Eita saudadesinha de escrever sÔ! Bom, cá estou eu, num novo texto pra tentar me esclarecer, me entender e, ao mesmo tempo, me confundir...Aconteceram tantas coisas nessas últimas semanas que nem deu tempo de dar uma pausa (se isso é possível no mundo de hoje, me avisem!), não deu tempo de respirar, pensar. Na cara já estava que não passaria, mas sempre há aquela pontinha de esperança... Na verdade pedi à todos os santos e anjos aquilo que fosse o melhor pra mim. Aconteceu a coisa certa, no momento certo e exato. Momentos? Ah! Esses sim vão continuar acontecendo... 2009? Amar, mar, amar e, é claro: estudar, estudar, estudar... Aproveito também para concluir projetos no início do ano e estuda, estudar estudar...
Promessas vãs.. promessas feitas ao vento.. ao nada! Quem me dera se eu, como um político centrado e competente, pudesse realizar tudo aquilo que prometesse...Acontecem tantas coisas, tantos milagres, tantas surpresas... surpresas boas, surpresas más e inconvenientes. Acontecem tantos casos, descasos e acasos. Encontros, projetos e reuniões...
Ultimamente tô sentindo saudades de umas besteiras tão boas, de agarrar, de suprir necessidades que estão me matando por dentro. Saber que deveria ter me cobrado mais, me exigido mais.. dói tanto. Saber que eu fui santo, saber que eu fui tonto e não observei muito. Que contei mais mentiras do que verdades, que me menti, que me enchi de uma felicidade passageira e abri mão de tristezas e infelicidades que me fariam alegrar-me num futuro próximo.. Seria isso? Seria ligeiramente certo e correto aceitar o que eu disse anteriormente como verdade única.? Eu tenho certeza que não.Pode ser bobagem, mas ‘em linhas tortas.. Ele escreve’ e, portanto, não me arrependo de nada por que sei que, de fato, vai ser bom eu ter um tempo pra mim. Na verdade, falta-me muito tempo. Esse ano as coisas deverão ser mais seguidas à risca, seguidas rigorosamente... tv? Jamaaais! Só pra jornal. Vou voltar a ser um cliente assíduo da banca de jornal. Internet até mais tarde? Nunca! Dormir, no máximo umas 20:00 horas... pra evitar ceninhas do tipo ‘não vou na aula hoje’ exatamente às cinco da manhã. Eu tenho que me cobrar, mas viver ao mesmo tempo. Festinhas? Claro.. essas sim devem rolar. Mas com muita moderação, é claro.
Entre conversas de pai e mãe, de tudo rola. E eu, me senti extremamente perdido nesses dias de confusão. Uma onda carregada de problemas se formou na minha frente pronta pra quebrar em cima de mim e trazer tudo de tão real e que eu custava enxergar e acreditar. Viver aqui, sonhar e sonhar.. claaro! Não adianta muito... mas se a gente quer, se a gente pode crescer e, se temos isso como objetivo e meta pessoal, alcançaremos tal, mesmo com 18, 19, 20, ou 21 anos. Mil motivos, mil casos e acasos. Milhões de chances, milhões de crianças pra nascerem no meu lugar.. milhões de vidas, milhões de espermatozóides... mas veio justo eu... veio, justamente você! E eu já agradeço... só pelo fato de poder andar, escrever, cantar, beijar... pra mim é fantástico! E existem mil coisas pra acontecer, mil palavras para serem ditas, frases a serem formadas e, enfim, a vida continua, é claro, com algumas exigências e problemas...Mas nada substitui o fato mágico e irrevogável de existir... A vida e o sentimento, pra mim, são coisas que substituem muitas coisas em determinados momentos... Não quero filosofar... é claro que não podemos nos tornar (e nem somos) vagabundos! Devemos, sim, é seguir a linha, o caminho próprio cercado de perigos, problemas, descasos e acasos, porque tudo isso existe! Mas digo, viver amando, viver com esperança, com fé e com muito, muito trabalho e dedicação, querendo se doar ao máximo pra aquilo que ama.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Diversão, simplesmente!

Eu estava com saudade de escrever. Tava pensando muito esses dias, raciocinando demais. Cálculos matemáticos? Ainda não...mas acho que a vida ainda é uma equação mal resolvida. Ao mesmo tempo acho que a vida é a colcha de retalhos maravilhosa. Aliás.. to usando muito a palavra 'colcha de retalhos'... mas minha vida é praticamente uma. Minha cabeça anda a mil. São dezenas...centenas de tarefas! Agenda (nas férias, acreditem!) praticamente lotada! Telefones, internet! Mas são as melhores férias da minha vida. E digo isso por que eu nunca estive tão empolgado com nossos projetos. Digo ‘nosso’ porque passei a ter pavor do pronome pessoal (meu). Se você trabalha com mais de uma pessoa (uma, já basta) deve sempre pensar em conjunto, em necessidades, parceria. E isso passou a ser uma meta na minha vida pelo menos uma lembrança um tanto prestativa daquilo que, pra mim, já é passado.
Eu não queria ter que escrever sobre aquilo que me fez e, às vezes, me faz tão mal. Mas essas energias negativas são importantes pra mim. Trazem uma carga que, negativa demais ou não, me fortalecem e me fazem ter certeza de que não preciso de um terapeuta por mais uns cem ou cento e cinqüenta anos. Digo isso porque, em certos momentos, me entendo demais e passo a entender muito as ações dos outros. Na verdade acho isso perigoso, posso, sem querer, tirar conclusões precipitadas e quebrar elos sem necessidade. Por outro lado, não posso desprezar aquilo que vem de mim. Aquilo que meu cérebro insiste em dizer e que o coração insiste em concordar. Eu não posso mentir pra mim mesmo e esconder aquilo que é real e óbvio. E não esquento não, e também não esfrio. Fico na temperatura média, sempre. Na verdade esquento quando preciso, quando é urgente e, quando esse calor trará, futuramente, algum tipo de benefício.
Confesso que fiquei mal nuns dias, eu pensava demais, minha cabeça parecia que ia explodir. Mas tudo, ao mesmo tempo, era muito óbvio, era muito insecreto (eu sei, essa palavra não existe, mas passa a existir pra mim, ok?). Eu me confundia, me perdia, mas, abria os olhos, e só via o óbvio e tentava manipular aquilo que já era o bastante pra perceber que, certas vezes sou um tolo, um idiota-capacho e inocente.
Essas coisas passam, graças às orações de vovó.(Aliás, orações de vovó é outro assunto importante que tratarei num próximo momento). Se não passam, somem da sua cabeça com uma facilidade enorme. Surgem idéias, pensamentos bobos, criativos e infantis, mas surgem. Surgem pessoas, projetos, personagens sólidos e gasosos. Surgem lacunas, surgem momentos felizes, momentos engraçados e inteligentes.
Fiquei até tarde no computador semana passada, assumo. Anteontem e ontem também. Minha mãe reclama. Diz que eu preciso dormir. Mas é exatamente isso que eu digo à ela quando a mesma tenta me levantar às uma hora da tarde do outro dia. _Mãeee! Eu preciso dormir!!! Fiquei assustado quando, até o meu avô, disse a respeito disso. __Você precisa trabalhar de dia e dormir de noite! Está fazendo o inverso!... Minha avó já ta até se acostumando e nem põe meu prato do almoço mais à mesa. Na verdade, de início, a culpa é da internet. A idiota só pega bem de madrugada. É o tempo que eu tenho pra por tudo em dia. Inclusive coisas de trabalho. Depois foi a perca de sono... Eu já havia me habituado com isso. Passei a acordar, tomar o café da tarde, não jantar e tomar um leite antes de dormir. Não comia! Conclusão: uma madrugada de insônia e dolorosas crises no estômago. Foi terrível. Eu só tinha leite na barriga! Fui obrigado a ouvir minha mãe dizer o dia inteiro que eu necessitava de sal! E contou tudo pro meu pai, por telefone. E, por telefone mesmo, meu pai me dava umas broncas severas à respeito de comida. Disse que eu precisava almoçar e jantar regularmente. Caramba! Foi assim durante uma semana! Eu não sou mais criança....! Como disse, porém, sou capaz de reconhecer quando estou errado e, realmente, eu estava. Aliás, eu estou, já que escrevo esse texto pra lá de duas e meia da madrugada. Mas não me arrependo, porque eu me sinto bem com tudo isso e, passei sim, a comer “comida de sal” como diz minha avó.
Minha avó, quando pega pra falar umas coisas eu sento e tento tirar proveito de tudo. Às vezes ela acha que eu nem presto atenção no que ela diz (e, às vezes também, isso é verdade), mas há momentos em que você não precisa dizer nada mesmo! É só ouvir, se deliciar com certas histórias e se emocionar com outras... Outro dia ela entrou no meu quarto dizendo algumas coisas. Eu, no computador, percebi a presença dela. Não desviei meu olhar que estava direcionado pro teclado, onde os meus dedos não paravam de trabalhar, para vê-la em sinal de “ok vó, estou ouvindo”. Mas, realmente eu estava escutando...Minha avó falava e, acreditem, eu conseguia fazer as duas coisas: trabalhar e ouvi-la, perfeitamente. Ela falava a respeito de um terreno da família em Presidente Kennedy, algo que realmente não me interessava, mas era de extrema importância pra família. Achei até legal o que ela dizia. No final me interessei. Ela, coitada, achou que eu não estava prestando atenção (se fosse uma avó mais moderna já teria metido a mão na tomada e desligado o computador sem nenhum aviso prévio). Ela foi ficando meio sem jeito e a voz dela parecia distante. Lembrei-me de que ela havia falado numa construção que meu tio estava pensando em fazer lá, isso despertou meu interesse, mas nem perguntei. Minha avó ficou meio sem jeito, levantou (ela estava sentada na cama) deu uma ajeitada e uma olhada num porta retrato que estava perto do computador (pra disfarçar) e saiu de fininho como se tivesse conversado com a parede aquele tempo todo. [Que porra de neto que eu sou?] Antes que vovó saísse do quarto, disparei: __hein vó! E ele pretende começar a construção quando? - Minha vó tomou um susto e, ao mesmo tempo, celebrou por dentro “Ele estava me ouvindo!”. Voltou escondendo um sorriso dentro do peito e sentou na cama novamente continuando a história. Mas ela me entendeu. Eu continuava a mexer no computador, mas distribuindo uns olhares pra ela de vez em quando. Ela conseguiu me conquistar e, eu, realmente precisava daquele tempo, daquela voz de vó que, às vezes ou quase sempre, dispensamos. Vovó e vovôs são assunto pra artigo, crônica e livro... e estarão sempre no meu coração.
E estou, constantemente, fazendo viagens. Nas últimas semanas andei viajando muito e vivo, na verdade, dois momentos. Minha última viagem foi à Europa, mais precisamente na França onde, na década de 40, tento me refugiar e buscar diferentes formas, diferentes ângulos de imagens. Essa minha viagem aos anos 40 está sendo mágica e envolvente. Mariana embarcou comigo e estamos juntos, percorrendo bazares e outros lugares que nos ajude a compor figurino e complementos de cena que nos remontem ao século passado. Essa viagem, que às vezes fazemos, nos deixa empolgados e, confesso, nos rende alguns espirros e boas histórias pra contar. A gente entra num bazar, eu acho tudo lindo, vou separando tudo, mas a Mariana conhece o momento, conhece o caminho e sabe o percurso da viagem, ou seja, pode não saber tudo, mas conhece a década de 40 muito mais do que eu. Ela simplesmente ia tentando aproveitar o que de anos 40 tinha em determinada peça que eu retirava do cabide. Às vezes ela ficava sem jeito e, realmente, haviam peças que eram dos anos 90! Mas era exatamente uma pessoa dessas que eu estava precisando: uma guia, um anjo. Na verdade eu não procurava... ela surgiu, assim, de repente como quem não quer nada e me mostrou que eu ainda tinha muita capacidade e podia demonstrar bem mais aquilo que eu sentia. E eu me senti mais forte e confiante. Suspirei fundo e passei a embarcar num sonho, num ideal comunitário, num projeto planejado e traçado. E, sozinho, o sofrimento é bem pior, a felicidade é bem menos alegre e as responsabilidades são bem maiores. Você pode dizer: “é meu”, mas carece de um terapeuta, carece de uma base, carece de palavras e se alimenta daquilo que vangloria, mas não fortalece. Ter, mais de uma pessoa (ou simplesmente uma – que valha por mil) do seu lado te dá e traz uma divisão, te ajuda a esquecer de certos problemas, te alivia, te transforma, diminui seu sofrimento, te ampara, te sugere, te liberta, te domina, te ensina e te faz ter orgulho de dizer: é nosso!
E trabalhar com vontade me faz perceber que temos um tempo muito curto. A gente tem que ter tempo pra amar, pra conversar, pra trabalhar, pra comer, pra dormir... que, simplesmente, não sobra tempo pra fazer certas coisas que amamos tanto, mas que só fazemos (nesse caso, eu) quando realmente preciso. E eu estava num ponto que precisava escrever urgentemente... (talvez por isso, o tamanho do texto). Muita coisa eu omito, mas que, em certas palavras indiretas ou bem diretas digo o que sinto. E, procuro ser bem objetivo.
Eu estive muito impressionado com as revelações dos últimos dias, certas incertezas se transformaram em severas certezas, em certezas que doem, mas são certezas e ponto. Passei a me preocupar com uma coisa que às vezes perturba, chamada fu-tu-ro! Eu aguardo, nervoso, alguns resultados patéticos de vestibulares. Ôo! Vestibular! Por que essa palavra me dá um frio na barriga e, ao mesmo tempo, traz um medo tão grande? Traz-me uma angústia, uma incerteza, mas também certas certezas boas...Eu queria ainda ficar, mas partir é preciso e não posso, simplesmente, fingir que e acreditar que a felicidade que aqui existe será o alimento para os restos das décadas da minha vida. Ao mesmo tempo não quero desfazer laços, não quero esquecer dos momentos, nem me desiludir por que sei que ainda há um mundo de coisas pra acontecer. Há, ao mesmo tempo, aquela vontade imensa em substituir aquela palavra tão bucólica por algo tão vadio e bom: amar! Simplesmente. Esquecer que a palavra vestibular e distância podem se tornar algum muro que separe almas divinas e cheias de esperança.
Que vontade de largar tudo! Fugir e fingir que tenho dinheiro e que vivo daquilo que eu escrevo e produzimos pro resto da vida! Pegar num carro, colocar umas pessoas, alguns objetos, umas músicas e uns discos, subir uma serra fechada por eucaliptos e outras plantas e árvores de grande porte, alcançar o monte, andar mais um pouco, se esconder numa casa de campo que, de uma das sacadas se consegue ver um lindo pôr do sol, me refugiar e passar dias numa cama, num dia frio e chuvoso, assistindo simplesmente nada e só ouvir, sentir um cheiro tão bom... Dali, da casa, eu só sairia quando fosse preciso. Talvez ir em algum shopping, assistir um filme no cinema, fazer uma comprinha, sentar um banquinho e conversar, ter uma idéia, interagir, surgirem outras idéias, se animar, voltar pra mesma casa, amar e voltar a trabalhar.
Às vezes é triste pensar que isso não faz parte de uma coisa chamada realidade, mas que isso pode, um dia, se tornar real, muito real. Até porque, aquilo que se sonha junto, ganha força, potência e derruba qualquer energia negativa que tente afetar metas e realizações que não só nos faça felizes como também nos faz sentir cada vez mais capazes de despertar certos desejos e sentimentos de fúria e cura.
E que as palavras: força e amor sejam persistentes no destino e que aquilo de mais forte resista, pra sempre.
E volta aquela aventura, aquela coisa meio que de brincadeira, mas que pra nós se torna algo muito mais ligado ao trabalho, àquilo que realmente queremos seguir e ser futuramente. Essas últimas semanas estão sendo decisivas para o próximo filme. Mariana me surpreende cada dia e, eu nunca pensei que fosse tão bom ter essa relação de trabalho, essa relação de responsabilidade... E eu não sei, definitivamente onde ela se escondia esse tempo todo. Talvez estivesse esperando a hora certa de aparecer, por que ela, pra mim, surgiu no momento que eu mais precisava.
Nas últimas horas passei a sentir um vazio tão grande dentro de mim.. como se eu fosse o culpado de não estar tão perto de TODOS aqueles meus amigos nessas férias. ...é férias! Mas bate uma saudade às vezes...! Enquanto me preocupo com cenas, roteiro e ângulos, me bate uma imensa vontade de estar atrás de um trio elétrico ou, simplesmente pulando, bebendo sem ter motivo, admirando o ócio, sanando vontades, desejos e me divertindo. É dúbio, mas às vezes, quase sempre (nesses últimos tempos) tenho trocado um pelo outro... até porque, há falta de algo ou evento o qual você possa beber, pular e se divertir... quem sabe um programinha mais indiano?Uma pequena festinha...um acampamento talvez....Continuamos trabalhando, se estressando, porém em comunhão. Vamos quebrando a cabeça, anotando idéias, correndo atrás de tudo, criando formas, traçando metas, planejando o possível e o impossível... e se há outra forma de diversão? Ah! Claro que há! Sempre! Realizar-se no trabalho, correr atrás de coisas e se deliciar com as situações do dia-a-dia de produção, acreditem: traz uma diversão e um sentimento muito bom dentro do peito.E viva o acampamento!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O Geração fez uma revolução.

Ainda era cedo quando eu pegava um ônibus do Espírito Santo e partia rumo ao Rio de Janeiro. Eu não sabia ao certo como seria aquela aventura, apenas sabia que lá, na cidade maravilhosa, encontraria com meu futuro, com aquilo que almejava ser um dia. Conhecer pessoas com mesmos objetivos, idéias parecidas e conhecer aquela cidade que inspirava meus trabalhos e poesia foi mágico.
Tudo foi começando devagar, fomos, aos poucos, perdendo o medo de falar, expor idéias e discutir. Fomos desvendando segredos, transformando fantasia em realidade, conhecendo formas, formatos e contornos diversos. Tudo aquilo era televisão, tudo aquilo era cor, fotografia. Na verdade, passei a conhecer um futuro repleto de caminhos. Eram diversas linhas, paralelos que me levavam à um mistério sem fim. Aos poucos, fomos desvendando aquilo de mais interessante em nós: a capacidade, o nosso desejo de transformador. Aprendemos que uma imagem pode substituir palavras, mas que palavras também são extremamente importantes e que completam o real sentido das coisas.
Além de constatar que a minha escolha no vestibular era a mais acertada possível, construí em mim um muro sólido, uma corrente de amizade que se completava e se fortalecia cada vez mais.
Logo eu estava num outro ônibus, num caótico episódio vivenciado numa das rodoviárias mais movimentadas do Brasil. Eu queria ficar, admito, mas queria transmitir pra minha velha infância, aquilo de tão bom e real que havia passado naquele lugar. Queria chegar em casa e extravasar idéias, transformar o invisível em concreto.Demorei um pouco pra constatar, mas bastaram alguns dias apenas para eu perceber que eu havia voltado com outros olhos. Eu enxergava tudo diferente, via outros ângulos, outras formas. Tinha um olhar biônico e deletava aquilo que não me interessava mais.
Foi por causa desses “novos olhos” que passei a enxergar, na minha cidade natal, aquelas pessoas que gostavam de arte, música, papel, tv enfim, que gostavam de comunicação. A gente foi criando, criando e, hoje em dia, somos, praticamente, uma máquina de idéias que não pára de trabalhar. Fizemos, em 2008, um longa metragem intitulado “A Estrela Perdida” – www.aestrelaperdida.blogspot.com , uma história que misturava passado e presente, estabelecendo um elo entre esses dois momentos históricos. Fomos os editores, criadores, roteiristas e diretores. Muqui, de aproximadamente 13 mil habitantes se surpreendeu com nossa capacidade transformadora. Passávamos dias na rua, gravando, numa pequena câmera digital, cenas para o filme. Muitas pessoas paravam, olhavam e nos chamavam de loucos, não acreditavam no poder transformador, não acreditavam que a edição poderia transformar momentos simples em cenas quase que perfeitas.
Chegamos a gravar cenas de acidente, cenas de época, cenas com chuva... Quando exibimos o filme, a população simplesmente não acreditava. Estavam entusiasmados, queriam participar de alguma forma numa próxima produção. Surgiram artigos em sites, queriam nos entrevistar. Logo estávamos lá, na TV regional, exibindo nosso trabalho, nossas idéias e dizendo que não íamos parar mais. E não paramos mesmo. Estamos, em 2009, planejando um outro filme, A Herança – www.filmeaheranca.blogspot.com . Um filme mais trabalhado, de época. Nossa cidade vai até ajudar, pois tem um valioso sítio histórico. Estamos envolvidos com roupas, figurino, cenários e estamos pensando, até, na construção de um cortiço cenográfico. Estamos transformando a estagnada cidade num verdadeiro e movimentado centro de gravação capixaba.
Eu não acreditava que aquela viagem me deixasse com tantas vontades, que retirasse de mim aqueles meus medos, que me fizesse ter vontade de criar e criar. Agradeço tanto àquelas tardes quentes cariocas, agradeço tanto aquelas amizades, aqueles profissionais...Eu nunca vou me arrepender, me esquecer. O Geração Futura fez uma confusão nos meus sentimentos, me fez uma pessoa que enxergasse melhor, me ensinou a fazer escolhas e a traçar caminhos. Hoje sou uma completa máquina de idéias que não pára de funcionar nunca mais.