sábado, 29 de novembro de 2008

Gordo ou magro?


Esses dias, vovó recebia uma visita aqui em casa. A conversa se estendia na sala enquanto eu, envolvido com as gravações do último filme, estava no computador, sempre de ouvido em pé.
Vovó e a visita conversavam sobre vários assuntos. No início foi o clima. (clima, aliás, quase sempre é início de conversa).
_Que chuva não?
_Ô!
_E o pior é que não pára! Chove um pouco, depois chove de novo!
_O meteorologista disse ontem na tv, que a previsão é de chuva para a nossa região nos próximos dias!
O papo continuou e eu já me sentia incluso na conversa entre as duas. Me sentia um íntimo oculto. Um ouvinte sem palavras, sem gestos e sem ação. (aliás, eu quase sempre me sinto assim quando estou diante de pessoas que não conheço bem). Vovó continuou relatando as duas últimas mortes que aconteceram em nossa família. (note que os assuntos até variam, mas os tons continuam os mesmos). Minha vó falava de como foi ruim ver seu irmão partir. A visita foi logo consolando-a e, confesso, também me emocionei. Raramente converso com vovó, mas sempre ouço ela contar casos para os outros. Quando recebo amigos (adooro) e outras pessoas em casa, conheço sempre um lado da vovó que nem eu mesmo conhecia. Ela deixa meus amigos tão a vontade que eu sinto na obrigação de agradecer (e quase sempre eu esqueço, aliás, nem me recordo da última vez que disse isso à ela).
O fato é que, a visita ia fazendo uma novela na cabeça diante dos detalhes e da emoção transmitida por vovó.Os fatos foram se desenrolando até que os assuntos mudaram.A visita passou a perguntar sobre pessoas, conhecidos antigos e vovó lembrava de todos. Vovó sempre teve uma memória brilhante e eu sempre admirei isso, às vezes, ela lembra de coisas que nem eu recordava mais. Acho isso fascinante!
A visita perguntava:
_E aquela moça...aquela mocinha boa que trabalhava na fazenda...?
_Jaci?
_Isso!
O papo continuava e a visita fazia questão de ficar perguntando sobre a vida daquelas pessoas que vovó lembrava tão bem.Até que chegou num ponto que eu percebi algo engraçado, talvez não.
_E ela tá gorda?
Minha vó falava, desconcertada:
_olha, ela tem feito uns regimes...
A visita fazia a memória de vovó trabalhar ainda mais:
_E a fulana? Continua magra?
_Olha, ela tava bem cheiinha da última vez que a vi!
E assim a conversa foi seguindo. Eu, do quarto sempre ouvia quando a visita disparava: “Ela está magra ou gorda?”Coisa esquisita! O que isso pode acrescentar no assunto? Gordo, magro, velha, nova, baixo, alto...e os sentimentos? Não que eu recrimine quem fale de magreza ou gordura (eu também falo, sou humano pô), mas ficar lembrando nomes e pessoas e perguntar se está gorda ou magra atualmente, já é demais! Aliás, até que seria interessante. Imagine que sua melhor amiga ou amigo tenha viajado e você não o vê há uns dez anos (exagerei?). Qual seria sua reação quando o (a) visse depois desse tempo um tanto cheia, digamos que uns dez quilo a mais? (só pra ter uma relação de equilíbrio: 1 quilo/ano).Seria uma surpresa e tanto não?
Mas talvez a curiosidade em saber se fulana está magra ou gorda supra a baixa auto-estima de se olhar no espelho e pensar: Ó meu Deus! Será que minhas amigas do passado estão mais magras que eu?
Pensar assim ou escrever sobre isso talvez seja complicado. Talvez esteja até cometendo um pecado em generalizar dessa maneira. Aliás, não há pecado nenhum comer um pouco mais além da conta. Comer é tão bom e faz tão bem!
A conversa entre a visita e vovó acabou me dando fome. Corri pra cozinha. Encontrei um bolo de laranja dando sopa, comi quase a metade!
Continuei a pensar sobre o comentário e a conversa que se desenrolava, ainda na sala de estar. Ouvia, ao longe, palavras como: dieta, regime, enfim.
O que me preocupava é que, em pleno século XXI, ainda existem pessoas que sentam e que, "perdem seu tempo" em discutir se fulano ou beltrano estão gordas ou não. E o mundo? Será que está magro, gordo? Será que precisa de dieta? De mudança? E as senhoras? Aliás, a senhora? (a visita não era nem um pouco magra!)
Vovó sempre seguiu a linha Olívia-Palito. Não que ela queira, mas é que já é habito dela comer pouco, herdei isso - em parte, assumo. Sempre esteve preocupada com os afazeres de casa, com o entra e sai de pessoas.Sempre trabalhou muito, está ajudando os vizinhos e as crianças que vivem se machucando na rua.
Enfim, voltei ao quarto e a conversa prossseguia no mesmo ritmo, no mesmo assunto. Gordura x magreza: eis a questão, eis o assunto.
Percebi uma movimentação suspeita e que o som vindo da conversa na sala havia diminuído. A visita já não estava mais ali. As duas (visita e vovó) haviam se dirigido para uma outra parte da casa, a cozinha. Olhei da greta da porta:ambas comiam a outra metade do bolo sem culpa e com muita gana, com coisa eu não viam um bolo de laranja há anos.Ê saudade!
Assunto encerrado - com umas gramas a mais, é verdade.
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.E viva a liberdade!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Eu quero uma casa no campo...


Sou daqueles que gostam do frio, que gostam das serras, aqueles que gostam de assistir filme debaixo de um cobertor quente, de preferência um edredon xadrez, tomando café com leite ou um chocolate quente, suiço de preferência. Sou daqueles que, depois disso, quer sentar numa mesa de madeira, deixar os pés com meias tocarem o chão e ler, escrever...ouvindo o som que vem da lareira, da madeira em brasa. Lá fora a chuva, de preferência bem branda, levinha tocando as ervas que crescem no telhado.Na verdade, seria interessante se olhasse da janela do meu quarto, no segundo andar da pequena casinha, e visse montanhas cobertas de neve, árvores cheias de galhos e de flores (quem sabe?).

Eu queria ter esse recanto, ser esse recanto. Eu queria ficar sozinho, às vezes, mas repleto de gente, numa das poucas ocasiões. Sair, festejar, encontrar os amigos e fazer festas, ligar pros amigos e dizer, simplesmente, "venham aqui pra casa". E eles vêm, acredite! Fuçam sua geladeira, contam casos, me divertem. Cantam música, bagunçam seu quarto, sua casa, comem seu flan, bagunçam seus livros, mas, mesmo assim, te divertem, te fazem rir.

(Frutillar - Chile)
Eu queria um recanto assim, com mato, com verde, parecido com uma clarabóia de madeira e vidro ou aquele chalé que inspira Campos do Jordão.Podia ter, sim, influência tecnológica, desde que não muita.No cantinho da sala eu autorizaria um lap top e um telefone fixo. Telefones celulares me encomodam, principalmente em viagem. Na vidagm, só pra esclarescer, eu gosto, literalmente, "viajar", ponho o ipod no ouvido e esqueço do tempo, lembro de pessoas, de momentos e lembro de situações tanto alegres quanto triste, dependendo da música.
Na sala, ainda, como iluminação, nada mais que um lustre pequeno dos anos 30, com lugar apenas para 3 lâmpadas quentes. Uma escada de madeira que me leve ao meu quarto, um quarto pequeno apenas. Do pequeno corredor lá de cima, se vê tudo lá em baixo. A sala, o sofá, a mini-cozinha, e um escritório.No quarto, uma tv e no escritório, um GPS cercado por livros, um painel cheio de anotações, números, fotos enfim.

Seria muito bom ficar horas e horas neste lugar, saboreando o Waffer e chocoloate o resto da semana. Talvez ser rico seja bem melhor que ser jornalista!

Lá fora, um jardim com plantas de grande porte, e árvores, mais nada.
Lá dentro, eu, à espra de respostas, à espera de perguntas. Querendo me encontrar. Essa casa seria a meu porto seguro, a minha mãe, o meu refúgio para o frio. Não só do frio que vem do clima, mas o frio que vem de mim, dos meus medos e angústias, das minhas decepções...

E lá, na casa, jogar tudo o que você sente. Se encontrar, brincar consigo mesmo, dormir e levantar, esquecer do trabalho. E o telefone pode tocar, mas você, por direito, pode não atender. Desligue-o e esqueça do mundo. Faça um chocolate quente, uma pipoca, ponha um filme antigo pra rodar e lembre-se apenas de você. Não é dica de emo, nem dica de quem está decepcionado e solitário. É dica de quem busca uma valorização do próprio eu e uma paz que só esses lugares podem te dar. Companhia? Sim, se estiver apaixonado, e apaixonando. Tudo isso ficaria bem melhor mesmo com aquela que ama do lado. Sim, estaria completo. Frio, chuva, filme, chocolate quente, pipoca. Situação perfeita pro amor.Paixão!Beijos, carinho, abraço e a a única cúmplice disso tudo seria a lareira que estaria lá, acesa, esquentando ainda mais a relação.

Desligue a tv, e ouça apenas o som da chuva. Dali mesmo da sala, ver a água escorrendo pela clarabóia e amar, esse sim é o segredo e o remédio para todas as doenças do seu coração. Sentir o calor que vem do corpo e da relação entre união de corpos (esqueça da física!), sentir mãos, pernas, sentir desejos e compartilhar emoções. E depois disso tudo, não se arrepender jamais, amar e amar pra sempre, eternamente.E lembrar que talvez, os melhores momentos não voltam mais, jamais.

sábado, 8 de novembro de 2008

Jornalismo. Será?


*Uma frase,Detonautas:"às vezes me esqueço e
quando vejo um outro
dia clareou, eu fiquei aqui..."



Eu nunca tive tanta certeza do que eu queria.Tive não! Tenho!E nos últimos anos, a certeza de aprovação no vestibular era tão grande que eu não me preocupava. Estudava sim, sempre.
Esse ano as coisas começaram a mudar. Eu deixei de ser aquele nerdisinnho sem óculos mas que detestava festa, carnaval...pra me tornar aquele garoto tido como emo por alguns, retardado por outros e famoso por uma minoria.Pra me tornar numa máquina consumista, uma pessoa "influente", social, educada e QUE deve manter a "imagem".pRA Me tornar aquela pessoa que bebe, que cai, que dança , que mesmo assim, quer Jornalismo!Eu era (e sou ainda!)aquele que adorava ler um livro, melhor, escrever um livro. Isso me faz lembrar do livro "Lolita EANSA", o escrevi nas serras monteirenses, numa casa aconchegante, pequena, com teto de madeira e bichos, pernilongos e vagalumes à noite.Eu não me importava (e não me importo!) escrever é o que interessa! E...mesmo que eu não tenha conseguido me concentrar nesse últimos meses à respeito dos estudos, eu estou extremamente confiante, seguro e cada vez mais consciente de que o meu futuro começa com Jorna e termina com lismo. Aliás, minha vida seria um pudim sem açúcar se eu resumisse meu futuro simplesmente assim. Eu gosto tanto de criar coisas, produzir e vir a concebê-las que, num futuro próximo me arriscarei num cinema, numa publicidade, numa fotografia.
Escrever sempre foi o meu passatempo. Eu passava (e passo) horas na frente de um computador, mas o meu facínio mesmo eram os pápéis. Tenho um baú, na verdade uma caixa, repleta de papéis, embalagens e até papel higiênico. Neles há rabiscos, esboços de desenhos, logomarcas e símbolos que só eu entendo. Neles eu também esboçava inícios de história pra escrever futuramente. Quando estou sem inspiração, mas louuuco pra escrever uma história de ficção, eu corro pra caixinha, pego um papel e começo.Por incrível que poça parecer eu lembro exatamente da história e me vem na mente todas as idéias que eu planejava para aquela trama.
Eu não me importo. Eu não me preocupo (mesmo morrendo de preocupação) com as pessoas que dizem estudar. É o melhor que elas fazem! Eu não posso me prender à isso. Cara! Eu confio na revisão e acredito sim, como disse a Mízia, em milagres. Eu creio sim que algo de bom pode acontecer em qualquer circunstância da vida. Basta acreditar e pedir. As duas semanas próximas serão de revisão. O Darwin vai fazer uma junção de todas as matérias e seus tópicos mais importantes. Não vou pregar o olho!, não vou dormir, vou virar a noite, sei lá!Eu não posso perder aquele meu entusiasmo, aquela minha certeza de aprovação.Eu nunca tive tanta vontade de passar e nunca tive tanta preguiça em estudar! Essa é minha sina.
Eu.Jornalista.Será?
Não vou me preocupar mais; durmo, logo o dia amanhece. Já passa das quatro horas da manhã. Chego exausto de uma noite de forró, meu pé está amassado, sem contar no bicho de pé.Eiiita bicho que não sai!Tô com fome, mas a preguiça não ajuda a ir na cozinha tomar um café. E há café? Sim , há café, porque vovó deixou duas garrafas na tarde anterior, está quentinho. Deixou também um bolo de coco dentro de uma sacola.Colocou meu leite na geladeira (geladinho como sempre!) e foi dormir. Minha mãe reclamou do dinheiro, estamos gastando muito (olha que coinscidência) com educação, escola, formatura,...Os livros estão sobre a mesa e a apostila de história aberta em "Invasões estrangeiras no período colonial do Brasil". Eu olho pra cama e ela está prontinha só me esperando pra deitar, encostar minha cabeça no travesseiro e orar. Meu computador também fez sua parte,só está aqui, exausto também, esperando que eu o desligue e tente dormir.O relógio também cumpre seu trabalho deixando soar esse barulinho, me lembrando de que os segundos e os minutos passam voando e que eu não posso perder tempo.Todos estão prontos, "preparados", cumpriram seu trabalho, seu dever. Só eu estou aqui, sem ânimo pra nada, com medo de viver.Vou seguindo em frente, alcançando o máximo que eu posso e seguindo o meu dom - sempre. Isso, pra mim, é o que realmente importa.
E viva a revisão!


PS [desabafo numa língua tribal]
*Vão se fuder os idiotas que pensam que passar no vest é que é o mais importante. Dizer "passei" ou "vou passar" não significa que você já alcançou o seu auge e está na sua melhor fase profissional.Não significa que você já está formado, porque até lá, minha filha, muita coisa vai acontecer e amores não exisem pra sempre.
Vão pra puta que pariu:

aqueles que acham que se drogar é viver
aqueles que usam camisinha
aqueles que tem vergonha de beijar
aqueles que tem medo de amar
aquelas que tem medo de dar
aquelas que só comem mato
aquelas que maltratam os animais
aqueles que não gostam de forró (brincadeira)
aqueles que não choram
aqueles que não pensam no outro
aqueles que te HUMILHAM, mesmo sem querer
aqueles que duvidam que Deus existe
aqueles que querem guerra
aqueles que acham que ser nerd é ser um ser diferete (quanto sofri)

BUSH
GUGU
FAUSTÃO
LUCIANA GIMENEZ
REDE TV
CHICLETE
NOZES
PÃO DE QUEIJO
TORTA DE MAÇA
HITLER
PADRÃO DE BELEZA

Vão todos pra barca do inferno!
Saudoso Gil Vicente..


Me traz inspiração:

MINHA MÃE
MINHA FAMÍLIA
MINHA CIDADE
WALCYR CARRASCO
NOVELAS
MUSEUS
PASSAROS
RUA
INTERNET
MÃOS
HISTÓRIA
JORNAL (ANTIGO DE PREFERÊNCIA)
MARTHA MEDEIROS
VANESSA DA MATA
CACHORROS
FILMES
MOSAICO
RIO
CHUVA! (QUE SAUDADE)
CACHOEIRA

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Aquelas pessoas...



*ler tendo vista que as palavras ESSA PESSOA e AQUELA PESSOA designam pessoas diferentes. Ok?

Ontem fiquei muito magoado, triste, querendo esquecer de mim.Eu queria fugir sem ter que dar explicação pra ninguém, mas, na realidade, tinha que prestar contas comigo mesmo.Errei?Sim, erramos, falamos, julgamos.Aconteceram coisas que me fizeram enxergar outras coisas, enxergar outras pessoas e descobrir que, ao meu redor, vivem anjos que estavam escondidos atrás dos meus sentimentos vadios.Anjos que pegaram na minha mão, anjos que falavam baixo, anjos que, junto comigo, choravam.Anjos que mudaram o rumo das minhas lágrimas.
Caí em profundo sentimento de desprezo.O que eu teria falado, se não a mais pura verdade? Porque eu esconderia algo tão real?Eu precisava chorar e jogar pra fora tudo o que eu não conseguia assimilar.Eu estava mudo, não conseguia falar! Eu estava cego porque as lágrimas já embaçavam minha visão, molhavam as minhas folhas de caderno em branco.Eu já não ouvia mais.O professor continuava a falar e eu continuava sem o ouvir, sem o ver, sem aprender.Estava preso aos meus próprios sentimentos.Estava cheio, preocupado com todos os motivos que me faziam chorar.Na minha mesa chegavam bilhetes aos montes.Meus amigos - meus anjos! - queriam saber a origem das minhas lágrimas, queriam saber as raízes daquilo que eu não plantei, mas que um pássaro, vagabundo, plantara, roubando a semente mais podre do meu coração.Aquilo germinou rápido e as raízes estavam crescendo por todos os lados.
Aos bocados, fui tentando ler o bilhete mandado por certa pessoa. Sim! Haviam mais pessoas envolvidas na história do que eu mesmo, meus anjos e o professor.ESSA PESSOA me decepcionava, me humilhava e dizia coisas que eu não era obrigado a ouvir.Talvez sim.Talvez eu fosse obrigado a entender que esse pessoa havia mudado.Que ESSA PESSOA estava rasgando, com suas próprias mãos, o meu coração.Rasgando as minhas palavras, os meus pensamentos, amassando aquele esboço de uma explicação mal planejada. ESSA PESSOA desprezou meus sentimentos, desprezou minhas raízes, aquilo que vinha de mim.ESSA PESSOA estava sem sentidos e ão enxergava o óbvio do problema.ESSA PESSOA não me ouvia, mesmo eu mudo.ESSA PESSOA que já me fez rir, chorar, me apaixonar...hoje, me fez sofrer.
Suportei as dores e continuei a chorar.Eu fechava os olhos e, em vão, os abria na esperança de enxergar, acima de tudo, respostas.Mas eu só via penas em movimento, só via asas batendo forte e preocupadas.Por um instante ouvi harpas, vi auréolas, senti um vento leve tocando o meu rosto, tentando, inutilmente, secar minhas lágrimas."Retomei os sentidos".Retomei a chorar.E eu não parava.Meus anjos!
ESSA PESSOA, pra mim era muito querida, eu a amava (e amo) de verdade.ESSA PESSOA me deixava com dúvidas, me deixava confuso, me fazia criar dúvidas e perguntas que, antes, não existiam.Eu criava (e surgiam) perguntas sem respostas.Perguntas insalubres, cálculos incalculáveis!Eu já não entendia.Aliás, entendia sim.AQUELA PESSOA havia me traído.Eu já podia esperar isso DAQUELA PESSOA.Ela queria me ver pra baixo e destruir a amizade que existia entre eu e ESSA PESSOA. ESSA PESSOA que passou em mim e ficou.ESSA PESSOA que, desde minha tenra infância, me acompanhou e, mesmo ausente, fazia parte dos meus pensamentos e estava sempre na minha lista de convidados.ESSA PESSO que dividia comigo segredos, que compartilhava desejos, que me fez perder meus medos.ESSA PESSOA que me deu uma carona prum lugar e até hoje estou lá, dentro do seu coração.ESSA PESSOA que me fez ser mais homem, que me fez crescer e ir bem mais além daquelas minhas ambições tímidas. ESSA PESSOA que, por mais pouco que tenha sido, contribuiu para que eu pudesse desenvolver aquilo que é minha paixão.ESSA PESSOA que me trazia a paz, que me apresentou pessoas, que revelou nossa foto, que tentou me esconder, que ria pra mim, que chorava pra mim.ESSA PESSOA que acendeu a lâmpada necessária pra iluminar caminhos que eu não via.ESSA PESSOA que, depois de me fazer sofrer, usar a razão e se arrepender, deu-me um beijo na bochecha com cheiro de melancia. (era melancia?Talvez morango...não sei, meu olfato ainda estava afetado!).ESSA PESSOA que existe, que é real e não passa de um sonho idealizado e banal.Não podemos der idealizados nem, tam pouco, idealizadores.Podemos, sim, sonhar e traçar metas.Somos seres humanos e, por mais triste que isso possa parecer, estamos sujeitos a crítica, a elogios, enfim.Estamos a mercê de pessoas, de pássaros que só querem semear aquilo que é ruim. Estamos sempre a mercê DAQUELAS PESSOAS, estamos a mercê do mundo, perdidos em peças de quebra-cabeça que estão, multiplicadas vezes, mais perdidas que nós.
A frase: "seres humanos não podem errar", talvez seja a junção de palavras mais tosca que ouvi em toda a minha vida.Estamos sempre sujeitos a erro, a fantasia, a falhas utópicas, a visões, a imagens que não queremos ver.Estamos constantemente, sendo convidados para o Grande Baile de Carnaval que é a vida.AQUELAS PESSOAS devem existir para que nós aprendamos com ela, para que a amizade se fortaleça mesmo nos sofrimentos e nas lágrimas.Para que enxerguemos, sem maquiagem, AQUELAS PESSOAS que estão do nosso lado.Para que enxerguemos, acima de tudo, os anjos que nos querem bem e que estão sempre dispostos a nos mostrar a verdade irreal e opaca.Dispostas a trazer a esperança, a paz, o sorriso.
Por ESSA PESSOA entreguei meus sentimentos.Foi por ESSA PESSOA que me apaixonei.Foi por ESSA PESSOA que, na escola, deixava pegar minhas canetas.Foi por ela que eu chorei, por ela que eu ficava horas, por puro prazer meu, fazendo-a entender a história. Foi por ela que fiquei rouco de tanto gritar num desfile, por ela fiz uma faixa.Por ela, coloquei um cd num som, certa vez, e liguei pra ela deixando rolar a música "velha infância". Quando me dei conta ela estava do meu lado sorrindo e com seu telefone no ouvido,Foi por ela, e por outras pessoas que amo, que escrevi um livro. É essa pessoa que, mesmo querendo, não vai sair, dos meus pensamentos, da minha memória.É essa a pessoa que me irrita na topique e diz coisas que eu não disse, que fala de mim morrendo de rir, que me deixa sem cabelo (literalmente), que me faz ficar preocupado com as minhas crises apêndicas.É ESSA PESSOA o meu porto seguro e, por que não, a minha melhor agência bancária pra empréstimo. ESSA PESSOA que, jamais AQUELA PESSOA vai roubar de mim. ESSA PESSOA "retardada" mas que eu amo imensuravelmente.Foi com ela que chorei a morte de amigos queridos, compartilhamos a dor...e isso é lindo! Foi com ela que estudei (e estudo).Foi com ela que brinquei, briguei, chorei muito.
Eu não vou esquecer jamais dESSA PESSOA que, até hoje, tem nojo ao lembrar do dia em que arremessei uma manga contra sua barriga.ESSA PESSOA que não me fez temer e trouxe a "alegria" que é beber. ESSA PESSOA que, na formatura infantil, tentou o fazer o possível para não mostrar que esqueceu o texto. Nunca fecharam a cortina.Aliás, ela estará sempre aberta, forte e pesada.E eu vou contra AQUELAS PESSOAS que tentam, através das simples coisas ou com um pedaço de papel, apagar as luzes do palco e fechar nossa cortina, mas não conseguem.É inútil.O espetáculo está cada vez mais homogêneo, os personagens estão mais conscientes, mais fortes e maduras.No cenário utópico lá estão nossos anjos, nossos demônios, nossos sonhos...ESSA PESSOA que me aborreceu, que me magoou e que me fez sofrer, é a pessoa a qual devo grande parte do que sou.É a pessoa que me faz acreditar, a cada dia, que é possível ter e cultivar amizades, realmente verdadeiras.É a pessoa que eu faço questão que me entende e que jamais dirá que o que eu digo só são palavras bonitas.É a pessoa que eu vou guardar pra sempre naquele baú entreaberto de infância, onde guardo cartas, fotos e bilhetes.É a pessoa que vou ter, pra sempre, como uma amiga, uma irmã, um anjo.


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Certamente algumas pessoas não entenderão o texto. É mais um desabavo, um texto pra mim jogar pra fora sentimentos, mesmo assim orbigado a todos.E viva a amizade! Pra sempre!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vamos fugir?


Às vezes eu fico me perguntando por que pessoas entram na nossa vida ou no nosso pensamento sem pedir licença. Às vezes com pressa. Entram eufóricas, calmas, nervosas, entram com medo, com dor. Passo a me acostumar com elas, com seus gritos exigentes de amor, por seus sonhos e desejos.
Fico imaginando mundos, lugares e paisagens onde eu pudesse repousar todas os meus “eus”. Fico imaginando bandos aos bandos pedindo Amor! Fico imaginando música, toques, poesia, notas soltas e vazias. Fico desejando nós!Fujo em busca daquela poesia não lida, daquela poetisa perdida, dos sonhos da minha vida.Fujo em busca um lugar, pra amar.Fujo em busca de uma ilusão, uma escuridão...nem um outro lugar está tão negro como meu coração.Queria criar asas, realizar meus desejos e voar, voar, voar!Buscar aqueles beijos perdidos, aqueles sonhos iludidos e gritar. Gritar contra o vento, mesmo sabendo que será em vão.Esquecer do tempo e deixar curar as feridas do meu coração.
Queria tanto esquecer de mim, esquecer de tudo e viajar para um lugar frio, tranqüilo e fugir, escrever palavras vãs, versos mudos em linhas tortas, esquecer da gramática, escrever e esperar...esquecer desse furacão, dessa fogueira em chamas, esse brasão que tantos chamam de coração
Aquela luz que me faz apaixonar e que, às vezes, me cega, emana de um par de olhos, esses olhos tímidos e poéticos...esses olhos pequenos que parecem não dizer nada, mesmo querendo dizer muito.Olhos ilegais, escondidos entre palavras.Olhos quentes clamando por uma chuva salgada que banhe todo o rosto. Lágrimas frias que lavem a alma e tirem a escura mentira que nos cobre e nos engana.Olhos vivos, vivos olhos, olhos nos olhos.
Meus olhos, meus ossos...estão tortos, estão mortos.Meu coração está em carne viva, vermelho, sangrando, procurando aquele amor, que trazia dor, procurando aqueles olhos que traziam a luz necessária pra viver, ser feliz sem me aborrecer.
Meus olhos estão cansados, meu corpo, meu rosto...
Busco coisas irreais, penso em desistir.
Tudo parece o oposto!
A estrada parece longa. Será que devo partir?
Um tempo.
Minutos...
Segundos
(...)
Acordo com medo
Mas preciso ter coragem
Eu tive um pesadelo
Foi tudo uma bobagem (ou não)
Meus sonhos, meus medos e minhas angústias...
...veladas encontram a solidão
Eu grito, conto segredos, sem medo.
Eu choro, me aborreço, cresço. Encontro anjos, demônios, fogo e água, céu e mar.
Meu maior medo, porém, é esquecer de te amar.
Vamos voar?
Te amo!

Continuamos esperando


Porque esperamos a lógica e a certeza da felicidade e do prazer de sorrir sem querer e querer morrer de amor por alguém que não existe.Porque esperamos dias em que o céu possa escurecer, embrulhar nossos sentimentos e fazê-los padecer, derreter e descer em forma de colossal garoa. Porque tememos nos perder na neblina das nossas aspirações e sentimentos mortos-vivos que insistem em nos perseguir. Porque estamos sempre esperando dias quentes, esperando a chegada do rei sol. Porque esperamos que palavras signifiquem bem mais do que simples palavras e que a voz seja a porta-voz do sentimento.
Esperamos que sorrisos sejam mais poéticos e sonoros que as vozes mudas dos nossos sentimentos. Esperamos, simplesmente, a perda do medo constante de viver e ver, crer que a morte pode sobreviver e ver que você não parece mais ser você e que o "eu" continua preso, sem ar, acuado dentro de uma máscara espessa que insiste em dizer não à vida.Esperamos que as janelas da alma canalizem emoções e que os corações se libertem em forma de amor.Esperamos cantar e encontrar atrás da máscaras, vidas, almas que supliquem viver.Esperamos encontrar caminhos submersos, abertos, fechados, alados, mas que sejam, simplesmente, caminhos. Caminhos grandes, baixos, altos e pequenos, logos e curtos.Escolhas.Área.Busca.Esperança.
Esperamos ciclos vertiginosos de esperanças e vidas, esperamos respostas, mas recebemos perguntas sobre perguntas que nos levam a outras perguntas que juntas nos levam ao abismo negro, inconsciente e inseguro nada.Esperamos gotas que sejam parcelas, pedaços aos pedaços, carne viva, almas sólidas que clamem por respostas que nos levem à lógica que sequencia o movimento humano em volta da esfera pessoal que resume o que somos.Esperamos futuro.Esperamos olhares que peçam, que falem e que se afoguem em mares salgados, em lágrimas fúnebres de tristeza, mas que se recuperem e subam no navio da esperança no amor e da certeza de que, mesmo nas incertezas, existem segredos secretos escondidos atrás dos conflitos subumanos, dos conflitos silenciosos nascidos de nossa mísera esfera-viva.
Esperamos sonhar com sombras, com placas e passos que nos levem, nos carreguem sonolentos e cansados a uma terra perdida, repleta de sonhos perdidos e esperanças cristalizadas.
Esperamos acordar e lembrar que todo esse longo tempo que passamos nessa "sala de espera", não passa de um vão, vulgar e traidor pesadelo. Esperamos, nada mais.

sábado, 1 de novembro de 2008

O novo! [protesto mudança!]



Há dois dias resolvi mudar. Mudanças são muito importantes, desde que o agente dessa mudança tenha consciência de que ela deve ser pra melhor.Na verdade é um paradoxo. Muitas coisas mudam e se tornam inorgânicas, irreais. Outras mudam e tomam forma, consistência, ficam multiplicadamente melhores do que eram antes.

Algumas mudanças são bruscas, severas e nos fazem tomar um susto quando elas surgem. Outras mudanças não deveriam ter existido. São mudanças incalculadas, não pensadas e que levam a um fim trágico. A mudança pode sim ser considerada algo que sempre tem resultado, consequências pro bem ou pro mal. Tudo que muda, muda também opiniões, muda o jeito com que pessoas encaram aquilo dito como "novo".

Mudanças podem significar o que for, mas são extremamente necessárias. Sem a mudança vivemos na monotonia, sem opiniões variadas, vivemos naquele mesmo solo, bebendo de uma mesma fonte pra sempre, sem refer~encias, sem algo pra dizer que foi passado e o que é o presente. Mudanças podem marcar épocas, estagná-las. Mudanças podem transformar presente em passado. O poder de uma mudança é forte. Muitas coisas vivenciadas por nós hoje, são frutos de mudanças. Mudanças que talvez nossos pais tenham lutado pra conseguir. Não aguentaríamos viver em pleno século XXI numa ditadura, por exemplo. É preciso que haja mudança, sempre.

Hábitos de sempre podem ser adaptados, usar uma roupa diferente, mudar o jeito de falar, comunicar. Tudo pode ser mudado, adaptado, mascarado.Mudar, na minha opinião, significa romper com o velho e criar o novo, sempre lembrando dessa linha, esse paralelo que nos liga ao passado. O importante de tudo, porém, é saber que, sem o passado não construímos o presente, sem o velho não construímos o novo e, sem isso não existiria mudança.



Escrevi algo esses dias sobre mudança...foi na aula, algo meio que sem sentido, mas veio do nada, inspiração.

"Mudo o mudado, mas o mudado não muda. Porque o mudado já mudou e, às vezes, é difícil mudar o que já foi mudado. Quem o mudou, agora está mudo.
Não quero falar em mudança, quero pensar em mudar. Nem tudo pode ser mudado, mas podemos fazer com que as pessoas mudem de idéia.
Enquanto vivo mudo
e, enquanto mudo, não falo
mudo por dentro
por dentro...
sem palavras
porque já mudei
sou mudo outra vez"

ALGUMAS FRASES:
"A mudança não assegura necessariamente progresso, mas o progresso implacavelmente requer mudança."( Henry S. Commager )


"Eu costumava dizer, Eu certamente espero que as coisas mudem. Então eu aprendi que o único modo de as coisas mudarem para mim é quando eu mudo."
( Jim Rohn )



"Mude o modo que você olha para as coisas, e as coisas que você olha mudarão."( Wayne Dyer )


"Mude. Isto tem o poder de enobrecer, curar, estimular, supreender, abrir novas portas, trazer experiência nova e criar excitação na vida. Certamente vale o risco."
( Leo Buscaglia )


"O primeiro passo para a mudança é a aceitação. Uma vez que você aceite a si mesmo, você abre a porta para a mudança. Isso é tudo o que você tem que fazer. Mudança não é algo que você faz, é algo que você permite."
( Will Garcia )

Vitória!



Nos últimos meses meu telefone não parava de tocar, eram recados, e-mail, fotos, docinhos, lembranças! A Lorena não me deixava em paz em quanto não me envolvia quase que totalmente no projeto da festa de 1 ano da filha dela e minha princesinha Vitória! A festa ficou linda e ficamos meses preparando-a...Só eu e Lorena sabemos o quanto foi difícil fazer essa festa, o tempo nos consumia muito, mas deu tudo certo, gaças a Deus.

Os doces, bolo, decoração...Tudo ficou perfeitamente lindo. Muitas coisa nos deu dor de cabeça e nos deixava um pouco nervosos, mas isso tudo passou e a protagonista da festa brilhou. Pra falar a verdade tudo foi tão lindo quanto o nascimento dessa criança linda.

Vitória não só representa um nome, representa toda a alegria, todas as batalhas vencidas, tudo o que foi conquistado com muitos esforço e dedicação. Não vou me esquecer jamais desse lindo sorriso, dessa bochecha gostosa, dessas mãosinhas delicadas, dessa festa linda e desse seu nascimento, dessa nossa nascente amizade que não tem data pra acabar.Jamais me esquecerei da vitória que foi ver você nos braços de sua mãe, sorrindo, alegre sem preocupação alguma com os problemas da vida. Viver feliz é o que importa, viver sim é a nossa grande Vitória!